Penca de poemas em ucraniano, publicados no site:
http://virchi.narod.ru/poeziya/zbirca.htm#osila
Tradução, do ucraniano, por Mykola Szoma
*
**
***
Voe, o meu canto, em forma de oração,
Voe até os ceus.
A minha amada que venha ao meu encontro
Para conversar comigo, tranquilamente, no bosque.
Lá no bosque ouve-se trovões,
Lá silencia o canto dos rouxinol,
Porque ele evoca a sua amada
-- em forma de oração, como eu...
V. Aleksandrov В. Александров (1825-1894)
Um Vilarejo
As vacas fazem orações ao sol,
Que espalha os seus raios pelos campos.
O álamo gracioso sempre cresce mais delgado,
Parece até que o arvoredo quer tornar-se pássaro.
Da carruagem desatrelam o luar.
Acima um ceu imenso e texturado.
O horizonte sem fim, coberto de ventania,
E na floresta, de azul enfumaçada,
Floresce crista de montanhas.
Das montanhas descem folhas caídas dos áceres.
O croche, e o galo, e o berço.
Derrama-se o dia sobre o vale,
Como se fosse o leite fresco numa tigela.
B. I. Antonych Б.-І. Антонич (1909-1937)
Oh! Não foi uma rosa que ontem eu encontrei,
Foi um punhado de um arbusto qualquer.
Embrulhado, num lençol de ventos eternos,
Como um ninho onde se esconder, por um dcesespero.
Mesmo hoje, alguma miragem
Poderá mostrar-te uma grande figa.
Poderás ver – diante do teu caminho,
uma montanha intransponível...
Então por que te mostras sorridente?
Ó, tolo!
Há risos diferentes que, de diferenciados,
Passaram a despresar-te completamente.
Já – de há muito, tu te tornaste um touro nauseabundo.
De onde, então, advém esse teu sorriso de bezerro?
Talvez alguma profundidade celestial tem te encantado.
Ou sâmaras de freixos fizeram-se amigas tuas...
Desvendar -- eu gostaria, que tipo insondável és tu?!.
Mas percebendo estou: Tu és um espertalhão astuto!
V. Berezinsky Березінський (1918—1988)
Ucrânia
Ela apoderou-se do meu subconsciente,
Assim que fecho, com a sombra, os meus olhos,
As suas dores se agarram à rede dos meus nervos
E fazem germinar, nas suas nervuras, brotos.
As suas lágrimas corroem as minhas individualidades,
As suas feridas traspassam as profundezas do meu corpo,
As suas alegrias locupletam todos os meus desejos
B. Boychuk Б. Бойчук (1927-?)
Uma canção Caucasiana
… Seja eternamente indomável e viva 'ad aeternum',
Seja uma fonte, permanente e inesgotável,
de um fluxo – de dias, exuberante.
As suas palavras floresçam como um leque de línguas mil:
– Ó, Rússia! Proclame a liberdade a todos os povos!
I. Demchenko І. Демченко
Eu tenho as minhas mãos geladas,
Já as tuas, são tão quentes como a brasa, –
Porém, os corações nossos são iguais.
Sentem as mesmas dores, as mesmas tristezas
E as penas iguais, torturam os seus ais...
Tu dizes estar – com uma banquisa no peito
Tomando o lugar que teria de ser o de um coração.
Ó, seria possível, achar algum jeito de –
Aquele enorme pedaço de gelo, aquecer e derreter?!
Muitas vezes tu gemes, então eu sorrio.
Tu zombas de mim – eu me ponho a chorar.
Tristeza me abraça, quando tu te alivias
E tu queres falar sem parar – eu me faço calar.
Diferentes nós somos – não podemos unir-nos.
Uma penca enorme de idéias e de perguntas,
Não perimte nós aproximarmo-nos – por ora.
Vai crescendo, ainda mais, a erva-daninha
do nosso incompatível vocabulário...
Tu sempre pedes meus conselhos,
Todavia, pouco caso fazes de mim.
Porém, nem mesmo tu sabes,
Que milagres mirabolantes aprontas por aí.
Como em longas noites sem sono
Em sofrimentos reviras-te, à espera da manhã –
Noites estas que, para mim, são tranquilas,
E durante as quais eu repasso os teus pensamentos!
Os teus solitários gemidos,
São dos teus pensamentos tristonhos.
São os que navegam nas ondas do meu coração
E ali se transformam em canções da minha solidão.
Assim é o canto de todo pastor de ovelhas –
Se prolonga ao longo dos pastos de todos os campos,
Que se torna mais rico – ampliando-se em seus ecos.
Apenas um eco será. O eco daquela floresta.
D. Chaika Д. Чайка (1861 - 1927)
Onde, talvez está a verdadeira Ucrânia
Ao pé da montanha
toda de argila
Uma estrada esbranquiçada.
E habitações.
De um lado para outro, pessoas andam
Os descendentes das glórias e dos silêncios.
Os descendentes das glórias e das desilusões,
Da profanação, e das descrenças.
E das ilusões...
A estrada conduz até aos ceus cinzentos –
Desenrolando-se como se fosse um rolo de pergaminho.
Balança, ao som dos ventos, a entidade
E caem as estrelas –
Tudo ali,
Para onde, por certo,
Estará a verdadeira Ucrânia,
Para onde andar-se-á
não por um
nem por dois dias...
O. Kovalevsky О. Ковалевський (1840-1901)
Eram dias – também sabia eu
De tempos alegres, de juventude;
Eram dias – também gostava eu
De olhar os olhos claros dela.
Eram dias – não uma vez, também eu
Por longas horas, passava noites de insônia,
Não uma vez, as lágrimas enchiam os meus olhos!
A causa era simples: O canto meigo das meninas.
Eram dias, nos quais o sangue meu
– tal como as ondas de um mar agitado,
no peito meu, se alvoroçavam,
Eram dias – também amor eu conhecia,
Eram dias – nos quais também me amavam!..
Agora, não mais assim. Tempos são outros,
Amores diferentes agora proliferam;
São tempos novos... Para o mundo
– da liberdade e de atos da bondade
Com tudo que há em mim, me cativaram...
O. Konysky О. Кониський (1836-1900)
Pátria minha! Por ti jamais terei medo
Em aceitar os maiores dissabores –
Porque todo o infortúnio, a desgraça, a tristeza
Para mim, serão apenas um rosário de alegrias...
Nada são os ferimentos da alma e do corpo,
Acompanhados de angústias e de sangue:
Eu sei e o meu coração sente
que todas as dores podem ser curadas pelo amor.
A. Krymsky А. Кримський (1871-1942)
(Poeta russo, nascido em Moscou):
Quando se agita, ao som do vento, o trigal dourado,
E quando o bosque ramalha as baladas das ventanias,
E no pomar amadurecem os frutos vermelho carmesim
– por entre as sombras das folhas verdes e robustas;
Quando pelo orvalho encobertos, em forma de um colar
Nas tardes avermelhadas ou pelas manhãs iluminadas
Na relva, de sob os arbustos, uma flor-de-lis
Respeitosamente apresenta-se para mim;
Quando um riacho borbulha, em sua taça de verde vale,
Enebriando a mente minha de raros pensamentos felizes,
Sussurrando-me palavras repletas de caras fantasias,
Mostrando-me a pátria tranquila... Na qual ele nasceu,
Então, a insegurança ausenta-se da minha alma,
Todas as rugas, da minha face, se dispersam,
Eu começo sentir uma possível felicidade na terra,
E então, eu começo ver a Deus que está lá nos ceus...
(1837)
M. Lermontov М.Лермонтов (1814-1841)
Até a raiz, tudo – dos pés à cabeça
Levaram de nós até os nossos amigos.
Somente aqui e ali --
Em algum canto da Ucrânia,
Ainda fumegando encontra-se
da brasa o calor (envolto em cinzas)
queimando os corações...
Vulcão adormeceu. Os maus vizinhos
encontro marcaram em tempo incerto
– Querem as pedreiras dinamitar
com o intuito de nem o sinal deixar
de que um dia existiu uma montanha.
A meta é os vestígios dela apagar!
Para mim, implementam-se as cadeias,
Levantam-se os mausoleus, hermitages
Recolhe-se ali – não intestinos, mas
grumos de sangue... – Eu vi!..
As lajes ali não de márome são
– São nossas mentes guardadas ali!..
Que dinamitem mais e mais!
Tempos virão, quando nós exalaremos:
“Não mexam!..” – A montanha é nossa!
E num sussurro coletivo, este vulcão
(ainda adormecido) irromperá a brasa
ardente e colorida, em nossas almas.
V. Marsiuk В. Марсюк (1938-?)
Tu abdicaste da língua pátria.
A terra abdicará de produzir frutos para ti.
O verde galho do epilóbio -- do extenso vale,
Completamente murchará, quando tocares nele tu!
Tu abdicaste da língua pátria.
Profanção se espalhará pelos caminhos teus...
Sobre a cabeça tua, cairá
– como se um iceberg fosse:
Volume enorme de tristezas.
Ninguém jamais as compartilhará contigo.
Tu abdicaste da língua pátria.
Não tens mais nem origens, nem um povo.
Respeito, a estranhos, pedirás à toa, –
Receberás um riso de despreso – Descaso!
Tu abdicaste da língua pátria.
--------------------------------------------------------------------------
Epilóbio --
é uma planta medicinal соm efeito sobre а próstata,
indicada роr exemplo, еm caso dе hiperplasia
benigna dа próstata.
D. Pavlychko Д. Павличко (1929-?)
Eu sei – transformarão espadas em arados.
A terra será completamente produtiva – toda ela.
Apenas uma chave haverá
Que poderá abrir o fundo de todos os corações.
Eu sei...
Assim será:
Em forma de trigo, o sangue nascerá:
E todos provarão que gosto tem
O verdadeiro amor.
Eu creio,
Sim.
Ye. Pluzhnyk Є. Плужник (1898-1936)
Como tu és linda!
Pareces ser uma primavera!
És como uma flor fantástica,
ou como uma estrela celeste!
Pareces um feixe de raios lunares,
ou mais – és um sol divino!
Penetre o teu olhar no fundo da minha álma
que já está transbordando de ti;
Com a tua beleza
tu pintaste o mundo todo para mim.
O meu amor por ti, não tem limites!
Ninguém jamais, no mundo, amou alguém assim!
Jamais te trairei, até o fim dos tempos!
Será possível, a um homem, entregar-se à mentira?
Será possível deixar de ouvir aquela voz tocante, --
de palavras calorosas?
Será posível não ouvir a vibração daqueles lábios úmidos?
Claro! Quem deixaria de prestar atenção ao marulhar
que parece ter vindo do agito dos mares celestiais!?.
Por isso, não me dou ao trabalho --
de prestar atenção
aos murmúrios das calúnias de línguas infames!..
O. Pchilka О. Пчілка (1849-1930)
Pela graça de Deus
Livro-me das pedras da minha alma sofrida –
Como uma estrela, a minha alma brilhará.
Pela vontade do destino, segundo a graça de Deus –
Ucraniano sou... Eu sou Ucraniano!
Do alto dos ceus descerei como estrela
Como pervinca tornarei-me perene:
– Sonharei um sonho eterno...
Para jamais me ver distante da Ucrânia,
misturarei-me com as malvas
debaixo da janela da mamãe.
O horizonte, que se diverte com as espigas da vida,
E rola as glórias, como se fossem uma fumaça de mel.
O velho Taras, com a sua voz abençoada,
Dirá sempre uma palavra aos mortos e aos vivos.
Vergam os ventos
– como se fosse um choupo ou salgueiro,
o nosso destino.
Ao mesmo tempo em que
os raios do sol apagam as sombras do sofrimento.
Por trás dos milenares infortúnios
Nós estivemos sempre e para sempre estaremos!
-----------------------------------------------------------------------------------
Pervinca ou vinca --
é uma planta herbácea perene, comum na Europa Central
e Meridional. Cresce bem em florestas, formando lindos
tapetes verdes …
Malva --
é uma planta medicinal com várias aplicações terapêuticas.
Taras --
Referência ao maior poeta ucraniano (1814-1861)
V. Romaniuk В. Романюк (1910-1993)
Passam os dias, passam as noites,
Apenas eu, como um perst, vivo e só,
Porém, o coração treme, deseja algo,
Pavor infunde à relva amanhecida...
Imaginei-te para mim.
Quando encontrar-te,
– levantarei os olhos meus,
Em ti verei um ceu:
Só feito para mim.
Os impecilhos todos, não me apareçam!
Sem dúvidas, sem hesitações
– sem mais explicações:
O trem eu tomarei, ainda andando,
Tu me darás perdão
– ao brado meu “Eu te amo!”
Eu te encontrarei sempre,
Seja lá por onde andares tu.
----------------------------------------------------------------------------
Perst --
Antiga expressão, entre os eslavos, enfatisando-se
uma existência única e “solitária” – tal como um dedo
na expressão “dedo de Deus”
Ya. Sachko Я. Сачко (1947-?)
Ó, não! De mim não riais, --
Não por vós que eu amo a minha pátria!
Não por vós que eu derramo essas lágrimas tristes,
Mas ninguém as encherga, durante as noites de insônia,
Quando -- em meus pensamentos, eu vejo a minha Ucrânia.
Ó, não! Não perturbem a minha Ucrânia!
Que ela esteja -- segundo o vosso olhar, dormente ainda.
Perguntai-nos vós -- ainda:
'Por que tantos sofrimentos, discórdias e dissensões?..'
Não mexei -- vos peço eu, com a honra da minha Ucrânia:
Ela é a única satisfação e alegria minha!
Será possível vós entenderdes,
O quanto eu amo a minha pátria?
E digo mais: Não existisse ela,
porque haveria eu de viver?..
Mas... porque, para nós pobres,
a respeito disso falar...
Apenas uma pergunta, a todos, farei --
Poderieis vós a vossa mãe não amar?
P. Tychyna П. Тичина (1891-1967)
Uma tarde no campo
Deitado sobre a relva... A tarde pensativa sobre mim
Parece saber de algo -- querendo um segredo esconder,
Os ventos falam com as velhas tumbas dos deconhecidos
Fazem perguntas sobre os tempos idos
e sobre as glórias dos que estão ali escondidos.
E mais além, pelos vales verdejantes, a noite transitava;
Para além do horizonte, numa vidraça de luz esmaecida --
Por entre os ramos de salgueiros, um branco lago reluzia
De lá, um sopro de fragrâncias, pelos espaços se espargia.
Junto ao lago, daquele vale inebriante, tranquilamente --
Sua comida um pastor prepara... Uma nuvem leve de vapores
-- talvez fumaça, ou neblina?.. A vida assim é deliciosa,
Pastar rebanho e abrir os olhos: Do ceu o oceano avistar!
De longe, um som ecoa de alguma triste melodia, --
Cortando a sombra da noite, parecendo uma corda de prata.
Uma pausa silêncio pediu... Era a lua pedindo a passagem
Que, por entre os salgueiros, silenciosamente surgiu.
E que canto era aquele, que perturbou o silêncio da tarde?
Seria uma alma vagante e sofredora: Procurando a paz?
Não sei, não... Até hoje aquele canto ecoa -- soluço será?
Pode ser dentro da minha própria alma, ou também
Pelos espaços do verdejante vale. Será?..
S. Cherkasenko С. Черкасенко (1876-1940)
Os Deuses não moram em templos vazios.
E nossas almas - não sentem alegrias ali.
Os estandartes murmuram sem sentimentos
A respeito do que os homens veneram mais.
Em templos vazios, as vozes são silentes:
Refletindo só a tristeza da consternação,
Que Deus bondoso derrame-nos a salvação:
Não permita-nos viver o dia de finados...
Perdoa-nos, por vivermos em mentiras --
A Ti chegamos, como vizinhos, em visita.
Não temos orações sábias, não aprendemos
No mundo as nossas vidas são simplórias.
Parece que as desventuras nos deixaram,
Não precisamos mais daquela fé abstrata.
Melhor -- talvez, de tudo reclamarmos,
Que admitirmos a pobreza dos pensamentos.
O vento passou pelas janelas quebradas --
Amplificou o volume pelos vales distantes.
Ó, meu Deus! Perdoa-me Tu a minha guerra:
Aquela que eu pensei a respeito de outros.
H. Chubach Г. Чубач (1941-?)
Aos ucranianos
(Poeta russo, nascido em Moscou.
Gostava da Ucrânia e dos ucranianos)
Eu pergunto a ti, a vós, aos homens e mulheres,
Eu pergunto aos livros, com minúcias leio cada página:
Onde estará aquele ano, aquela maldita semana e o dia,
Em que nós, os ucranianos, esquecemos que somos apenas
e somente somos os ucranianos?
E que temos a alma, repleta de virtudes e de generosidades,
E que temos pensamentos que, desde o Baida, nos perseguem,
E que nós somo ucranianos -- um verdadeiro povo ucraniano,
Não simplesmente uma população, tal como se diz em censos.
E que a bebida nossa -- está em canções,
não em barris de vinho.
E que a generosidade -- enche os nossos corações,
não simplesmente estocada nas prateleiras das vitrines.
E que nós temos a nossa lingua, e que ela é ucraniana,
que cobre a nossa pátria -- o território da Ucrânia.
Eu digo sempre para mim e para cada um de vós -- Fale!
Falemeos para todos, embora nós aprendemos a ficar calados!
Pergunte cada um a si: Desde quando -- a partir de quando,
os ucranianos começaram a não lembrar-se mais de si em si?
Também, perguntemo-nos de como nós começamos o nosso existir,
Em que condições de conhecimento derrotariamos as fraquezas,
Por que, mais doce do que o próprio mel, tornou-se nos
a fumaça do esquecimento do nosso idioma, das nossas canções,
de todas as fontes, de todos os caminhos desde o nosso começo.
Meus ucranianos! Somos nós ucranianos, ou não?
Será que vivermos -- a morte, em tumbas
a nossa má sorte foi decretada?
Também levaremos às tumbas conosco a nossa desgraça,
que em nós incutiu -- na nossa quietude, as idéias nefastas
de sermos apenas um seu "menor irmão"?
Meus ucranianos! Dizem-me assim as próprias palavras...
Tenho certeza que elas não são agradáveis, também para vós.
Todavia, devo dizer-vos, pois o meu coração,
como se fosse uma vela -- derrete-se sempre,
quando vejo os ucranianos desprezando-se a si próprios.
Cheguei até a pensar: "Pois que seja assim?.. Paciência!"
Mas ainda tenho a vontade de perguntar-vos, ucranianos:
Por que Shevchenko teria ido forçado às estepes de Orsk?
Foi por quem que ele teve de esconder as suas dores
sob o tacaão das pesadas botas militares?
Será possível, que a nossa estrela cadente se fará,
E que a brasa -- da ucrainidade, em cinzas se tornará,
Porquanto nós sentimo-nos ainda, como
escombros do incênio da sorte e da estrela do Kobzar
-- Ainda hoje nós nos sentimos como khokholy!?
Ucranianos meus! Que Deus nos dê forças e felicidade...
Podemos viver também como khokhly. -- Mas nem por isso,
o pão azedará. Somente Aquele, Quem pode descer os ceus
-- até as vossas tumbas, poderia desrespeitar a Ucrânia.
----------------------------------------------------------------------------------------
Referência a Dmitri Ivanovich Vishnivetsky (1517-1564)
Um dos destacados Príncipes ucranianos da sua época
Orsk --
Referência à Fortalez de Orsk
Shevtchenko foi enviado à prisão em São Petersburgo,
e depois mandado para o exílio na base militar russa de
Orsk, perto da cidade de Oremburgo, junto aos montes Urais.
Kobzar --
Obra poética de Taras H. Shevchenko
Khokhly --
Designação russa do povo ucraniano, significando um povo
rude em seus costumes e tradições (seria um "irmão menor")
V. Baranov В. Баранов (1934-?)
Canção do Gonta
(Segundo os cantares de Taras Shevchenko)
Ó fizeram festa de cerveja
-- os lyakhy
Ninguém veio para bebe-la.
Ei, dominaram a Ucrânia,
Não há onde mais viver.
Ó fermentaram mel com água
-- os lyakhy
Mas a bebida não espumou.
Ei, dominaram a Ucrânia
Nem mesmo a respeitaram.
Ó, vós -- lyakhy de fé pouca
Basta! Não mais ireis nos dominar!
Ei, vem-vindo ali o Gonta
Logo tereis de o enfrentar...
----------------------------------------------------------------------------------------
Gonta --
Ivan Gonta, Centurião dos cossacos.
Em 1768 comandou a rebelião contra os magnatas poloneses.
lyakhy --
Designação "pejorativa" que os cossacos ucranianos davam
aos nobres poloneses
*
**
***
F I M da penca de poemas
Ler mais: http://mykszoma.webnode.com.br/