Aqui publicarei os meus escritos ---- versos, poemas e poemetos.
Fico grato, desde já, se você se dignar a lê-los. Ao menos, levemente.
Ao seu dispor, agora e eternamente.
Mykola Szoma
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Já é madrugada
Madrugada chegou mais uma vez.
Os galos já cantaram minutos atrás
-- acordei ao sonar dos seus acordes:
Não mais poderia o meu sono concilioar!..
Diziam os galos "A hora é de levantar!.."
A não ser que os galos mortos,
também, pudessem reclamar?! -- Em seus
abatedouros higienizados, quizessem dizer:
É tudo brincadeira.
Cantamos para nos esprainecer!
Não mais sentimos nada das coisas
que os humanos costumam -- em nós,
enaltecer. Sentados ao redor de uma mesa.
"O nosso canto, não é de encanto.
É de tristeza, de desprazer. Aceitos somos
apenas em algumas mesas.
As que regadas sejam de vinhos secos.
Sem lágrimas...
Mesas postadas ao amanhecer."
Os açougues e os super-mercados
sempre abrem nas vésperas
do dia entardecer.
Alguns deles -- ou quase todos,
Vendem os galos já abatidos
-- por ocasião do almoço
-- nas horas das tardes de jantar e,
Outros,
-- durante às noites
Antes da hora deles cantar.
Serão degustados.
Serão consumidos.
Já é madrugada.
Os galos já cantaram.
Alguns, jamais irão cantar!
O garçom serviu a última dose. Cansou.
Rompe a madrugada, a hora chegou.
É hora de ir embora. O tempo se esgotou!
É preciso fechar o restaurante --
Dane-se! -- quem não se restaurou.
Eu, também, vou embora. Minha hora chegou!
Ao romper da madrugada,
eu devo estar em casa
ao lado daquela quem,
ao meio-dia, um almoço
ou um jantar preparou.
Vai servir-me um pedaço de galo
(ela diz que é um frango)
-- temperado
-- cozido ou açado
-- frito ou tostado
com arroz e batatas
com salada de tomates
ao sal e azeite de olivas... Ela preparou!
Esse galo, por sinal, não cantou.
Já é madrugada.
Eu devo ir embora.
Voltarei
para o romper de uma outra madrugada
depois de os galos camtarem. De novo.
Sempre haverá um galo (ou um frango)
que não poderá cantar...
Esse, em casa, eu vou saborear!
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