terça-feira, 14 de setembro de 2010

Naqueles tempos

Naqueles tempos, não havia tempo;
apenas, o princípio das coisas,
por sobre as águas turbulentas
-- em redemoinhos, se movia e
calmamente se agitava...

Era o Verbo poderoso, que
um mundo novo, em sua mente,
aos poucos elaborava... Depois,
falou e disse, para que as coisas
se tornassem e se fizesem!..

Até então, por sobre as águas,
apenas nuvens escuras navegavam.
Noites e dias não havia.

Os pássaros ainda não cantavam.
As borboletas não esvoaçavam
-- em seus casulos invisíveis dormitavam.

Verdes florestas e as campinas
não se faziam ver... Por sob as águas,
como tapetes extensos, descançavam.
Quem os pisasse, aguardavam!
Assim, sem tempo, os tempos se passavam.

A chuva não chovia.
A neve não caía.
A brisa não soprava.
Nem a primavera, nem o verão,
do cálido sol, os raios denotavam.

Também, o outono e o inverno
não se encontravam
para domar os insetos.
Estes ainda não voavam!..
Nem assim se chamavam.

Naqueles tempos, não havia tempo.
Era tudo um caos e, por sobre as águas,
o espírito divino se estendia e tudo,
que se possa imaginar,
na escuridão imergia...

Sobre a terra, que ainda não havia,
pois na total escuridão se movia...
O espirito de Deus
-- com o seu Verbo, sobre tudo pairava!!!
O Verbo que em si
e só por si existia e se completava.

Naqueles tempos, nada havia...
Até que, pela vontade do Verbo,
o princípio das coisas se iniciou.

A Terra foi separada das águas;
a Lua, o Sol, e as estrelas todas
começaram a se mover pelos espaços.
A noite ficou escura, o dia amanheceu.
Caiu a chuva e a neve se congelou!..
As florestas exalaram a clorofila e
os campos se vestiram de verde cetim.

Deus olhou e disse: "Como é bom assim!.."
Foi então que apareceram o Abel e o Caim.

09/14/2010

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