Naqueles tempos, não havia tempo;
apenas, o princípio das coisas,
por sobre as águas turbulentas
-- em redemoinhos, se movia e
calmamente se agitava...
Era o Verbo poderoso, que
um mundo novo, em sua mente,
aos poucos elaborava... Depois,
falou e disse, para que as coisas
se tornassem e se fizesem!..
Até então, por sobre as águas,
apenas nuvens escuras navegavam.
Noites e dias não havia.
Os pássaros ainda não cantavam.
As borboletas não esvoaçavam
-- em seus casulos invisíveis dormitavam.
Verdes florestas e as campinas
não se faziam ver... Por sob as águas,
como tapetes extensos, descançavam.
Quem os pisasse, aguardavam!
Assim, sem tempo, os tempos se passavam.
A chuva não chovia.
A neve não caía.
A brisa não soprava.
Nem a primavera, nem o verão,
do cálido sol, os raios denotavam.
Também, o outono e o inverno
não se encontravam
para domar os insetos.
Estes ainda não voavam!..
Nem assim se chamavam.
Naqueles tempos, não havia tempo.
Era tudo um caos e, por sobre as águas,
o espírito divino se estendia e tudo,
que se possa imaginar,
na escuridão imergia...
Sobre a terra, que ainda não havia,
pois na total escuridão se movia...
O espirito de Deus
-- com o seu Verbo, sobre tudo pairava!!!
O Verbo que em si
e só por si existia e se completava.
Naqueles tempos, nada havia...
Até que, pela vontade do Verbo,
o princípio das coisas se iniciou.
A Terra foi separada das águas;
a Lua, o Sol, e as estrelas todas
começaram a se mover pelos espaços.
A noite ficou escura, o dia amanheceu.
Caiu a chuva e a neve se congelou!..
As florestas exalaram a clorofila e
os campos se vestiram de verde cetim.
Deus olhou e disse: "Como é bom assim!.."
Foi então que apareceram o Abel e o Caim.
09/14/2010
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