segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A festa da bicharada

Juntaram-se os bichos para uma festa...
Havia presentes macacos, leões, tigres,
leopardos e muitos outros. Até bizões.

Não se confunda estes com o "Bison antiquus"
--- antepassado do bisão "normal" americano.
É o próprio bisonte da Caverna de Altamira --
o amigo dos dobradores do vento.
Sai do templo, se lança ao relento.
Ele fala melhor que ninguém, pois
é da famosa "Avatar Generation".

Cada qual apresentaria,
de algum modo, algo novo.
Jamais visto antes pelo povo.

Disseram que a festa seria
um evento, como jamais
um igual ali se vira.
Nem se ouvira.

Também, não se confunda
com o canto portugues do Vira-Vira.
O Vira mesmo é do Minho
--- terra do Vinho Verde,
mistura de aroma e leveza!
Pleno encanto da fiel natureza.

O macaco tocava um fagote.
Clarineta, ao longe, se ouvia em dueto.
Bandoneon a cargo do urso estava, que,
entre os intervalos de quarta, resmungava.
O tigre rosnava --- e na escala de barítono,
furioso, uma canção nova ensaiava...
Leopardo, com o seu olhar estranho,
a todos fascinava... --- Ondulante
os seus movimentos graciosos desfilava.
Fingia-se de gato... Porém, não miava...

O leão a tudo acompanhava. Era o rei!
A grande festa organizava.
No grande encontro, o seu rugido,
só com o do tigre se ombreava.
A todos ordem impunha.
Ninguém --- de nada, reclamava...

Enfim, a festa como tal,
por ordem do leão, às tantas, começava.

Não pude acompanhar.
Outra tarefa me aguardava.
Abandonei a festa da bicharada
e, de mansinho, me pus em retirada.

outubro de 2010

domingo, 24 de outubro de 2010

Parquianos caucasianos

Paroquianos caucasianos
erigiram um castelo
de papel e cartolina.
E pintaram de azul celeste.

--- Parecia até um veleiro,
cortando as ondas do mar e,
as paredes foscas de neblina.

Aos olhos, dos que passavam,
parecia mais um galpão agreste.
Por dentro cheirava mofo;
embora, por fora, parecesse
um ceu sem estrelas... Era,
todo pintado de azul celeste.

Mais por fora que por dentro:
O palácio reluzia. Seja dia,
seja noite, algazarra acontecia.
Havia canto de festejos ---
Um regente os conduzia!..
Paroquianos rodopiavam:
todos cantavam de alegria!

--- Parecia até um veleiro,
cortando as ondas do mar e,
as paredes foscas de neblina,
ao tocar dos raios solares,
se derretiam e abaixo fluiam.

A pequena freguesia aumentava
--- de quantidade de gentes, mas
de qualidade, que é bom, não crescia.
Foi assim, que adentrou no castelo
a chamada “lei” de apostasia.

Não se sabe por que d'águas carga
o Zé bode apareceu... Um deles:
o bode Zebu; o outro, bode Nintendo.
Dizem que foi assim, que
a porca da paróquia o seu rabo torceu.

Nunca mais houve sossego.
O castelo começou a desmoronar.
As paredes, tingidas de azul,
começaram a amarelar.

O reboco, desprendeu-se.
Ficou à vista o vermelho dos tijolos
--- já agora, também, amarelado.
Estava acontecendo aquilo,
o que --- aos olhos de um mais perceptivo,
somente poderia ser esperado.

Nada há de inusitado.
Segundo a lei causal,
o semeado sempre será ceifado.

Os paroquianos caucasianos,
delidos pelo sabor das águas salgadas,
se viram forçados a doar os seus haveres
a dois bodes: o bode Zebu e o bode Nintendo.

10/24/2010

sábado, 23 de outubro de 2010

Cuide as minhas ovelhas

Tome este cajado em tuas mãos!
Vai cuidar bem das minhas ovelhas
Elas me custaram caro... -- Dei,
por elas, a fortuna toda dos
meus longos térreos dias!..

Padeci na cruz! Sofri muito
Zombaram de mim e fizeram
pouco caso. Deram-me
um "vinho" acre,
traspassaram as minhas costelas.

Os soldados, por conta de Pilatos,
decretaram a minha morte...
Sepultaram-me, depois.
Sobre as minhas vestes, entre si,
lançaram a sorte.

Colocaram a guarda por segurança.
Pensando terem vencido. Em vão!..
A cortina do templo se rasgou.
O reinado da morte acabou!..
No terceiro dia eu ressurgi. Hoje,
dou-te este cajado. Apassentes
o meu rebanho. Pelo qual eu padeci.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Parábola metafórica

Parábola metafórica
(Para entendê-la deve-se ler At 5:1-11)

Na memória coletiva dos irmãos
Dois bodes, ambos mestres do "Verbo",
Tiveram seus feitos, para sempre, retidos!

Os feitos --- atos pouco probos,
Por mais que se queira, jamais
poderão ser esquecidos.
Na alma, das fieis ovelhas,
foram cinzelarmente embutidos.

Por não terem sido esclarecidos,
Serão sempre reapresentados.
Muitas vezes distorcidos,
outras vezes, aumentados.
E, porque não foram resolvidos,
nunca serão esquecidos e postergados.

A fertil memória coletiva da irmandade
Transmitirá às gerações futuras
O mal feito não desfeito
Pelos bodes --- mestres do "Verbo"...
E não por maldade, mas por simples
"lei da semeadura"... Quem semeia,
frutos colhe!.. Cedo ou tarde ---
a maturação dos resultados não se escolhe.
Sabe-se apenas, que
toda causa tem efeito.
Pouco importa de que jeito!
Não se esconde um "ato perfeito".

A parábola é uma estória.
Metafóricamente junta dois bodes.
Um é dito bode Nintendo,
o outro é conhecido como bode Zebu.
O Nintendo, se dá por muito sabido...
O Zebu, é mais teimoso que um urubu,
ao sentir "carniça" em seus voos rasantes.
Na verdade, são irmãos distintos
que se orientam sempre por seus instintos
de instantes.

Na verdade, os dois são inconstantes!

Diz uma lenda --- se é verdadeira, não sei.
Havia terras em outras instâncias
Que produziam "areias de praia"
Nas ondas do mar se banhavam
E, aos irmãos paroquianos, encantavam.
Porém, qual não foi a surpresa,
As terras, que produziam "areias de praia",
Pelas ondas do mar se dissolveram...
E todos que nelas pretendiam um casebre levantar
Uma grande dor de "bolso" sentiram... E brigaram!
Os dois bodes --- Nintendo e Zebu, riram.

Os irmãos todos choraram!

Ninguém entendeu, o que foi que aconteceu.
Sabe-se apenas, que uma parábola nasceu.
E, na memória coletiva dos irmãos
Dois bodes, ambos mestres do "Verbo",
Tiveram seus feitos, para sempre, retidos!
Feitos inusitados... Não eslarecidos...
Por ninguém e jamais foram desmentidos.

sábado, 2 de outubro de 2010

Долина кольорів

Долина зелених кольорів.
--- Там квіти цвітуть як ніде
І діти там бігають як мурашки.
--- Ніхто, хто недобрий,
Туди ніг своїх не покладе!..

Там рожеві пелюстки літають.
--- На вітрових крилах гуляють.
Барвисті вінки оселі там мають:
Дівочої волі, щоденно шукають.
Тай співи веселі співають!..

Веселки, зі сходу на захід,
Погоду щасливу звіщають...
Там гомін несеться й шумує
--- Клекоче, начеб-то хвилі високі!..
Збунтовані, штилю на морі бажають?

Поміж зеленою травою,
Річенька тихенько протікає.
Сама любується з собою
Та в ніченьку літняну й темную
З блідим місяцем щось розмовляє.

По крутому берегу річеньки
Хвиля котиться як міфологічний змій.
Розташовані --- навколо, верби гнучкі
Прикладають, до такого стану,
Необмежений і невимовний спокій!..

10/02/2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Truculentos na fé

Famintos seguindo, ao sabor dos eventos,
aos aclamos dos "truques mentais"
os chamados lentos provedores gerais...

São famintos de tudo...
--- De alimento, mas fartos de sofrimento!
Não percebem, porém, que:
--- só são manobras culturais;
--- só são "provedores" ao avesso,
dos enganadores sociais;
--- só são a massa falida de "Marsupiais".

São cimento da argamassa social
na construção da grande coluna que
serve de escora a algum "Particular".

Famintos, seguindo
--- Pelos caminhos da penumbra,
vão em busca de um dia melhor!
Aos truques, dos lentos na fé,
sucumbem como orvalho ao sol!

Eles, os Truculentos na fé,
com os seus truques lentos
--- muitas vezes sonolentos,
mas que agradam aos incautos,
promovem festins turbulentos...

Eles são truculentos...
São domadores dos fracos de fé incolor.
Uma fé, dantes inaudita, revestida de bolor.

Seus castiçais de prata não o são de fato;
São de alpaca. Seu brilho é falso ---
De cobre, de niquel e de zinco cinza.
São uteis na produção de bijouterias
e de moedas gunmetal. São "gun metal".
Cancelam o corpo, deletando a alma imortal!..

Quem tem ouvidos, que "ouça" o que escrevo!..
E eu escrevo aos nicolaítas.
E a todos os parasitas.
Os que se aprouveram
o poder e o domínio da fé...

Aqui, eu dou o meu conselho.
Para que nada falte ao vosso espírito pacato.
Olhai no espelho da vossa ponderação.
Vejai em que desgraça vos metestes!..
--- Sois miseráveis, sois desgraçados.
Sois totalmente cegos. Também, estais nus!..

Na fé, sois verdadeiramente truculentos.
Em atender ao pobre, sois muito lentos.
Atrás de si, levais as multidões insanas.

Por sobre os seus da fé escombros
castelos mirabolantes levantais...
Mas eles todos continuam famintos.
Aos aclamos dos "truques mentais",
são cimento da argamassa social
na construção da grande coluna, que
serve de escora a algum "Particular", que
Pode até identificar-se de "provedor geral".

10/01/2010