A guerra
(Irã x Iraque,1980 - 1988)
São todos irmãos.
Fustigam-se mutuamente
e ambos se esbatem.
Na guerra sangrenta
suas vidas maltratam:
Num banho de sangue
se afogam!
Só restam escombros
- crueis testemunhas
da guerra nojenta
que milhares de vidas
ceifou...
O eco ressoa
dos gritos perdidos
no retombo dos canhões
-- Clamores nos chegam
pedindo socorro.
Aos donos da morte,
suplicam clemência.
Aos brados,
imploram perdão!
Mas o peito de aço,
Incensível às dores alheias,
orgulhoso mais forte bafeja,
Vomitando da morte o veneno.
Empostando, na tribuna,
mais e mais,
o esbravejado troveja!
Já lampeja!
E já, relampeja!..
Retumbantes discursos se ouve.
Pela paz, se proclamam nações:
Assembléias,
Conselhos,
Conclaves -- Debates à toa...
No fundo, mais mortes esperam
saciando os desejos
das torpes paixões!
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