quarta-feira, 24 de setembro de 2008

No clube dos gatos do mundo

Dois gatos pingados,
dos gatos do mundo,
certa feita, numa desfeita,
uma greve valerosa decretaram.

Greve era até justa e
possível, se não fora
o imprevisível: um gatuno
que não gato — inoportuno,
no fato se embrenhou e,
no pacato clube dos gatos,
– aqueles gatos do mundo,
a gatunice espalhou…

Foi então que aconteceu:

a vaca, nada tendo com a história,
o seu leite não mais deu…

o pão, que de farinha se fazia,
não amadurecendo a massa, não cresceu…

mariposas, que ainda não eram esposas,
voar não quiseram. O ambiente se entristeceu…

os grilos não cantaram,
porque diziam: se os vagalumes não voaram,
então, por quê cantar?.. Se tudo escureceu?..

os homens se grilaram e ninguém mais se entendeu…

Diante de tanto inusitado acontecido,

a greve não prosperou. E, até mesmo, terminou…

No pacato clube, dos gatos do mundo,
nenhum gato pingado mais restou…

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