terça-feira, 27 de abril de 2010

Arquivos abertos

Arquivos abertos, com dados bloqueados.

Quem os terá acessado um dia,
se é que este dia um dia houver?
Trancados a chaves secretas!
Escondem o que? E por que?.

São informes uniformes,
de atos conformes,
aos únicos atos e iguais só a si.

Cancelados já foram, mas não deletados.
Nas memórias, dos que vivos restaram,
remoem neurônios como se em apolúnio
da lua escarlate -- já apagada, navegassem.

Cegaram o fio da foice que, um dia,
queria segar os dias e as noites dos abutres
-- daqueles abutres que só grasnam, porque
jamais aprenderam a cantar.

O martelo, que tinha forjado a foice, se rompeu.
Bateu... bateu tanto contra a bigorna, que
esta se aqueceu. -- O martelo,
que malhava à quente, se arrefeceu...

Os arquivos -- notações da forjaria, se perderam!
Seus informes uniformes, de atos conformes,
aos únicos atos e iguais só a si, ao sopro do fole
-- da forjaria do artífice ferreiro, se esvairam...

Parece até que não passavam de um nevoeiro
nas gélidas noites iluminadas pela lua
que, por instantes, parecia ter a cor escarlate.
E os serrados mergulharam numa nova manhã!..

04/27/2010

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