sábado, 24 de abril de 2010

A minha janela

Saltitam ondas do mormaço de ante-chuva,
por entre os umbrais das minhas janelas.
E a chuva se avizinha célere... Troveja... Lá
--- fora, para além dos umbrais das janelas,
já respingam alguns pingos de água fria.

Mas o mormaço ainda sufoca as narinas e,
retira o ar dos meus pulmões... Parece até
que chegou a hora de prestar contas dos
gastos excessivos ter eu feito do ar refeito,
pelas usinas dos homens, jogado ao sabor
das ondas dos ventos. Os ventos soprantes
que sopram da morte o olor... Que estupor!
Ninguém mais se sente à vontade... Calor...
As águas que caem, não mais refrescam ---
produzem apenas uma sensação de torpor!

A chuva crepita. Tremem as bordas da Terra!
Alguém quer mudar as fronteiras humanas?..
Levantam-se nuvens de cinzas dos magmas,
e lavas inundam as massas de homens. Puh!
As chuvas não param. E o mormaço também.

A quem interessam as ácidas chuvas?
A quem interessa o mormaço do além?
Do além das fronteiras humanas dos homens,
que só vivem por coisas pequenas. Só as que
--- por poucas vontades de alguns, quase têm.

04/24/2010

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