(1975, ao passar pelos espaços da Praça da Sé)
Seis horas.
Os sinos
como antigamente
ainda tocam
suas "canões" plangentes.
Seis horas.
"Ave Maria"...
Ecoa o canto
pelos espaços da Sé.
Nos corações humanos
ressoa
uma saudade do passado
-- do cantochão,
a sublimação da fé!
Santa Maria!
Do amor eterno,
compadecei-vos dos contritos.
Dos corações aflitos
que no amor se machucaram.
Tenhais piedade...
Façais com que se recomponham
os que, no mísero estado,
angustiados fracassaram.
No amor se macularam --
até à morte se entregaram!
Tenhais piedade deles.
Eles se machucaram! Porém,
ainda, ao menos um pouco,
sonham...
Santa Maria!
Do amor falido.
Tenahis misericórdia
do coração traido...
Apiedai-vos da sua condição.
Infundi-lhe um novo ardor.
Fazei reflorescer-lhe n'alma
a ventura,
a calma e
a esperança de outro amor.
Santa Maria!
Mãe carinhosa!
Ouvi o canto meu
-- o meu pranto em forma de "oração".
Fazei descer
sobre os ombros dos aflitos
o manto de vossa perene srenidade.
Afastai a tempestade
dos abatidos pela dor.
No tanger dos sinos
das seis horas
eu vos suplico humlidemente
tranquilidade e paz à alma...
Apenasmente!
Aos desvalidos
aos combalidos
aos fracassados
e aos traidos
estendei a vossa mão...
No que me diz respeito
tão somente, que
não sou filho vosso
-- nem sou devoto,
agora e eternamente,
em nome dos combalidos,
tenho pedido...
Sinceramente!
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