segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Ще один рік минає


Ще один рік минає.
Нове повітря віє --
Під хмарами розносить
нового стилю події...

Нові надії, для людини,
із старинних відновляє:
Ракетного настрою,
для збереження волі,
сильніше вимагає!..
Надію в броню одягає --
Краща година прийде:
Нова мережа світу засяє!

Зійдемося знову
-- сьогодні, розійдені,
Шляхами чужими блукаєм.
Бажаєм чого? Й не знаєм!
Звідки прийшли? Забулись!
Сусідів питаємось. Кажуть
"Ось ви ті, котрих
ми збудуємо...
На нашу подобу
-- Працівників хліборобу!"

Житт’євий підсумок зробімо
-- Бажаємо того,
Що щастям, для нас,
безсумнівно сплітають?

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Já é madrugada


Madrugada chegou mais uma vez.
Os galos já cantaram minutos atrás
-- acordei ao sonar dos seus acordes:
Não mais poderia o meu sono concilioar!..
Diziam os galos "A hora é de levantar!.."

A não ser que os galos mortos,
também, pudessem reclamar?! -- Em seus
abatedouros higienizados, quizessem dizer:
É tudo brincadeira.
Cantamos para nos esprainecer!
Não mais sentimos nada das coisas
que os humanos costumam -- em nós,
enaltecer. Sentados ao redor de uma mesa.

"O nosso canto, não é de encanto.
É de tristeza, de desprazer. Aceitos somos
apenas em algumas mesas.
As que regadas sejam de vinhos secos.
Sem lágrimas...
Mesas postadas ao amanhecer."

Os açougues e os super-mercados
sempre abrem nas vésperas
do dia entardecer.
Alguns deles -- ou quase todos,
Vendem os galos já abatidos
-- por ocasião do almoço
-- nas horas das tardes de jantar e,
Outros,
-- durante às noites
Antes da hora deles cantar.

Serão degustados.
Serão consumidos.

Já é madrugada.
Os galos já cantaram.
Alguns, jamais irão cantar!

O garçom serviu a última dose. Cansou.
Rompe a madrugada, a hora chegou.
É hora de ir embora. O tempo se esgotou!
É preciso fechar o restaurante --
Dane-se! -- quem não se restaurou.
Eu, também, vou embora. Minha hora chegou!

Ao romper da madrugada,
eu devo estar em casa
ao lado daquela quem,
ao meio-dia, um almoço
ou um jantar preparou.
Vai servir-me um pedaço de galo
(ela diz que é um frango)
-- temperado
-- cozido ou açado
-- frito ou tostado
com arroz e batatas
com salada de tomates
ao sal e azeite de olivas... Ela preparou!

Esse galo, por sinal, não cantou.

Já é madrugada.
Eu devo ir embora.
Voltarei
para o romper de uma outra madrugada
depois de os galos camtarem. De novo.
Sempre haverá um galo (ou um frango)
que não poderá cantar...
Esse, em casa, eu vou saborear!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Ilha dos vivos-mortos


Um apanhado,
em forma de quadro abstracionista,
relata a nossa existência atual...
O século XXI -- como se apresenta,
ao perspicaz espírito questionador
Ainda somos vivos, ou somos já --

sepulcros ambulantes vivos-mortos?
Retrospectivando, teremos a noção:
de como fomos empobrecendo a mente

-- Hoje embutida em casulos:
dos construtores de idéias
de falsos sentimentos e
de valores sem valoração!..

Voamos, alguns -- não todos.
Espaços exploramos -- não para todos.
Palácios construimos -- para alguns.

De prata e ouro, cofres abarrotamos,
somente para os mais astutos. Os que
se dizem preletores de filosofias
que amortecem as consciências
dos seres (chamados) menores
-- Os engandos pelos doutores.

O grande globo ficou pequeno --
Não encolheu em tamanho; Compactou-se
-- puros dados informativos,
Sem valores cognitivos -- acumulações
Sem nexos causais... Puras distorções!
-- Assombreando a nitidez
das fronteiras entre as nações.
Ecocinésia involuntária das concepções.
Uma simbiose semiológica acelerada
em suas internas contradições.
É esta a perspicácia dos pergaminhos --
Os resumos dos "escritos"
de parabólicas configurações.

E, porque nós todos somos vivos-mortos,
ainda não entendemos a suas insinuações.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Ainda somos humanos


Ainda não nos converteram em máquinas;
Embora, tivessem tentado muitas vezes.
Já construiram o coração de "aço";
Porém, o sangue vermelho natural,
Ainda circula em nossas veias...

Ainda bate, em nós, o coração de carne.
O peito se contrai e se dilata,
Conforme os sentimentos que vivenciamos
-- Não ao sabor das normas de conduta,
Por Sábios de eloquência elaborados.

A desventura que vivemos, nos faz sentir
A dor de ódio e o prazer das alegrias --
Tecemos redes de paixões incríveis...
Mas nelas não nos afogamos. Sentimo-nos
Heróis incólumes. Jamais vencíveis!..

As máquinas, gigantes do progresso
Não nos tornaram inda robôs insensíveis!
A nossa carne ainda lateja... e treme...
Sob o frêmito do peso da fome. Esbraveja!
Numa sensação de impotência, reviceja!..
Vibra pasmada, dançando os espasmos,
No turbilhão massacrante da prepotência!
Nossos nervos ainda tremulam... Sentem,
na pele, dos machucados todas as dores...
Fazendo pulular os condutos dos desamores.

Inda que os ventos soprem do leste e,
Que do norte venham os furaacões;
Inda que asa chuvas de tempestades
Afoguem todas as nossas aspirações;
Não tombaremos os nossos poucos anseios
No museu das "Perdidas Ilusões"!..

Não somos ainda de aço.
Também não somos pira de espuma
Que, ao se inflamar, se desvirtua.
Somos humanos ainda. Em nossas veias
-- embora já dilatads,
Corre um sangue vermelho escarlate.
E, em nosso peito dorido,
Ainda há um coração que bate!..

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Мені здається


Мені здається,
що інформація дійша до вуха
отої простої людини.

Що знову зірветься воля
боротися за спосіб життя!..

Та не за будь-який,
а за отой, за котрий
віками ми будували наше
ще недосягнуте буття!..

Та неймовірність мені шепоче
-- Чи осінь промине?
-- Чи уже скоро прийде весна?
Зими я небажаю більше;
Вона нам шкодить дуже!
Для мене, рік мав-би тільки:
Весна в початок, а тоді літо
і літо без кінця!

Ще вчора здавалося мені,
що сонце засіяло і місяць
позолотілий танцював...
Не так же показалося --
Кінець весни хтось готував.
Та, на майдані, співати
-- хор просторів, перестав!
Люди стояли, питалися себе:
"... хто нас заблокував?.."

Та невідоме щось нас долає.
Дороги загорожує наших надій
-- Чи ми не можемо позбутись
отих ганебних наших ворогів?
Вони снують своє нам павутиння!
Ми ж маєм наші світлофори...
Вживаймо їх для наших подій!

Мені здається,
що інформація дійша до вуха
отої простої людини.
Не шум гарматів розжене тумани,
А сила волі
-- з захопленням бажання,
розвіє осінні тумани... Принесе
літо дощів і нової долі!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Buscando a paz


Um pássaro de aço,
Livre voando --
escalando as nuvens.
Sem medo de trovões.
Esconde-se
no cimo das alturas
-- Parece estar fugindo
dos problemas
atmosféricos da Terra.

Dentro, os passageiros
Também sem medo, fogem
dos seus problemas
-- pessoais...
Angariados
durante sua existência
Também aqui na Terra.

Um pássaro de aço, --
por sobre as nuvens,
vai levando-os
Para os lugares pensados
de calmarias e
de tranquilas águas
-- Possíveis cachoeiras,
canyons e mirantes
com paisagens celestiais!

Livre como um pássaro
-- de verdade,
Um pássaro de aço vai voando.
Por vezes, toca a ponta do céu.

Que sonhos impossíveis
são os sonhos dos passageiros!?
-- A liberdade só se encontra
lá no cantinho
no qual a gente nasceu!
Em algum ponto de lá,
existe um mirante
que nos pode mostrar --
Por mais distante que possa estar,
A cachoeira dos sonhos,
que nós queremos tanto encontrar!?

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Що скажеш?


Журишся даремно.
Уваги не звертаєш
-- життя минає скоро;
-- другого ти впізнаєш?
А що скажеш? Подумав?..
В сумовнім стані,
мічого не розпізнаєш!..

Боротися...
ось така вся наша доля.
Духом не падати. Ніяк!
позаду залишити
-- слід по собі:
Безсмертний дотик до душі.
Слово життя
-- ідейного буття.
Без початку, також
без кінця...

Бери олівець
малюй кольоровий папірець
напиши "я п'яний гусар --
стрілецької слави співець"
Відбив все минуле
-- зготував новий кінець!
Погоджуюся з вами усіми
-- маю свій стіл,
також маю свій стілець!

Боротися за право
могти на вулиці спати,
перекопувати могили --
кістки своїх невдач
промивати, висушувати
повітрям свіжим, та й
знову засипати. Коло хати!
Раненько вставати;
пізно, в ночі глибокій,
спокійно відпочивати!..

Журишся даремно.
Таке певно потрібно.
Засипали одну яму --
вже копають нову!
Поможи їм...
Нехай цю, засипнуть піском.

sábado, 30 de novembro de 2013

Таких є всюди


Знайдеш, на кожнім переулку,
того хто, із тобою, якесь
Злочинство
-- для брата свого,
зможе підготовить.

Він пече хліб, для себе,
на вогню чужім. Свогож-бо
він не мав ніколи, тай мати
і не бажає. -- Навіщо?
Він брата свого оббирає!

А він розумний!?
Про себе, ось иак розповідає:
’Багато маю, я ж бо є вірний.
Бадьорий всюди -- та завжди,
І творчих планів багато маю!
Усе, що я торкну рукою --
в наслідок переробляю.’

Направі, він є хуліган
-- камуфльовано прикритий,
під показливий і добрий стан.
Чорт суворий --
Вживає руки замість хвоста...

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Різноманітні види


Різноманітні види світу маємо
-- для мене, світ фортеця;
-- для тебе, світ здається
ніби-то купа людей, які
шукають чогось не сполученого
між собою... Кожен для себе,
за себе, та лишень
за свою долю. А другому,
давай навіть і недолю!..

Бідний нізащо не відповідає.
Він невидимий чоловік
-- тай, про нього, навіть
його жінка нічого не знає...
Невідомий він родився,
невідомо проживає.
-- Ледви тінню других існує.
Свого, чим показатись,
нічого він так і немає.
А про цеж і не думає --
Живе так, як Бог бажає?

Неповноцінним себе не бажає,
Отож сидить під гіллям верби
та з вітром розмовляє --
Показатися на ринку привітань
-- як блідий місяць себе чує,
тож і не воліє. Тай не бажає.
Для нього світ, це не фортеця
-- по волі божій,
він якусь кару відживає.
З дитинства був так навчений,
Бачив дії сили других --
А самже, для дії, сили не має!

O dia se foi


O dia sereno vai terminando.
A lua navega por sobre as nuvens.
O sol já deitou-se a tempos;
Comigo deixou a saudade
envolta em sombras.
A noite, mais calma que o dia,
tomou a conta de tudo... Chegou!
-- Envolveu-me em seus braços,
"Descanse!", disse-me ela.
-- O sono me dominou...
É hora da noite...
-- Tudo cessou!

Inclinei o meu rosto;
O travesseiro confidenciou
-- Esqueça as saudades
Que o sol já se foi.
Com saudades, a alma só dói!
A lua também quiz dar um palpite.
Disse-me: "A vida é mesmo assim".
O sol foi deitar-se --
vai curtir o teu sono,
Mantenha distância de mim.

Então eu dormi.
Por instantes, fiquei fora de mim.
A lua navegava por sobre as nuvens
Envolto em sombras,
sob o luar prateado,
em descansava, enfim!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

No ônibus


(uma poesia dos fins de 1970)

Se acaso o vento a perturbar
-- reclame!
Que eu fecharei a janela.
Não gostaria de vê-la incomodada
nem os cabelos seus
bailando à toa. Oh!
Linda, menina boa!

Viagem longa nos espera
-- De São Paulo a São Caetano.
Suportar-nos, um ao outro,
é o jeito...
Eu fitando os seus olhos -- E
você, não sendo uma fera...

Acompanh-eme no colóquio
-- algo conte-me de você.
Ouvirei-a com carinho. Em
depois, direi-lhe de mansinho:
"Que prazer foi conhecer você!"

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Mulher


A mulher é um ser perfeito
-- ato puro da criação...
Foi concebida
no instante exato
de uma sublime inspiração.

No seu olhar foi impresso;
o azul do céu profundo,
o negro do profundo
do azul do mar,
o prateado da pálida lua e
o negrume das noites sem luar.

Dos seios seus, perfume exala,
inebriando corações...
Dos lábios seus, veneno jorra,
matando aos poucos
as esperanças das jovens ilusões.

Das suas mãos, brotam carícias...
Os seus cabelos bailam ao leu.
Os seus suspiros tristes
evocam gemidos, choros e prantos,
de quantos sós vegetam, sob os céus.

É a mulher beleza pura...
Forma suprema de perfeição!
É a síntese divina
do poder de criação.

Suas entranhas carregam vida.
Contornos seus, espalham morte.
No seu sorriso malicioso vibra,
se agita e se agiganta,
da tempestade,
a grande tormenta...

Um simples sopro seu
-- um "não",
derruba o mais forte.
A mulher é um ser perfeito
de uma sublime inspiração.

domingo, 24 de novembro de 2013

Rasul Gamzatovych Gamzatov


Расул Гамзатович‎ Гамзатов -- "Жизнь капризна"
Rasul Gamzatovych Gamzatov (1877—1951)
Natural de Daguestão. Destacado poeta, publicista e
político russo e soviético.

Tradução da poesia, do russo, por Mykola Szoma

A vida

A vida é caprichosa.
Todos estamos sob o seu domínio.
Nós murmuramos e nos queixamos da vida.
... Quanto mais dificil é ela, mais perigosa é
-- Por isso mesmo,
desmesuradamente, a amamos.

O meu caminhar em nada é facil,
Estrada esburacada, barrancos
-- segure-se, para não cair!
E ninguém ainda nem pensou, por deus,
Em nada melhor do que se poder viver.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A guerra

A guerra
(Irã x Iraque,1980 - 1988)

São todos irmãos.
Fustigam-se mutuamente
e ambos se esbatem.
Na guerra sangrenta
suas vidas maltratam:
Num banho de sangue
se afogam!

Só restam escombros
- crueis testemunhas
da guerra nojenta
que milhares de vidas
ceifou...

O eco ressoa
dos gritos perdidos
no retombo dos canhões
-- Clamores nos chegam
pedindo socorro.

Aos donos da morte,
suplicam clemência.

Aos brados,
imploram perdão!

Mas o peito de aço,
Incensível às dores alheias,
orgulhoso mais forte bafeja,
Vomitando da morte o veneno.

Empostando, na tribuna,
mais e mais,
o esbravejado troveja!

Já lampeja!
E já, relampeja!..

Retumbantes discursos se ouve.
Pela paz, se proclamam nações:
Assembléias,

Conselhos,
Conclaves -- Debates à toa...

No fundo, mais mortes esperam
saciando os desejos
das torpes paixões!

Recursos expressivos


Recursos expressivos
do fa-lar
do co-ti-di-a-no
não são os mesmos
recursos expressivos

do escrever
      poemas
      prosa  e
      coisas tais
      pouco  banais

num código de signos
suas regras de combi
                      nação
regem o formato   con
                      textual
             concatenando
             o referente
             ao referido
estabelecendo
o processo de
comunicação

No falar
o significante
é um fo-ne-ma.

Na lingua escrita
o significante
é um gra-fe-ma...

Eis aqui que está
a diferenciação,
concernente ao tema.

O teu discurso

O teu discurso recortado
é tão estúpido,
quanto estúpido és tu...
Diz nada com nada;
Serve apenas de chamariz,
de alimento de "urubu"!

Por entre risos e soluços
-- Eu tento entender
o teu inconsequente
chauvinismo, de seres tu:
de plagas outras,
que não as daqui.

Porém, da tua estupidez,
o anacoluto da tua fala,
a minha mente enoja.
Faz-me corar de pasmo...

Estremece-me o chão!
Eu sinto-me um pacato
Frente à tua sordidez
de entulhar as mentes
de fanatismo barato.

A melodia, das tuas frases, entoa
Nada mais que o discurso de Thor.
Por entre risos e soluços,
Tu acentuas a desdita, semeando
Prantos de uma esperança inútil
E crias, na Terra, o desamor!..

As tuas frases, sem base,
Fazem-me tremer e
A tua insensatez,
Faz de ti um asno!

Faróis


Faróis nunca se apagam,
Iluminam as estradas;
São fileiras de estrelas,
que imitam os vagalumes
-- Correm ligeiros,
Ultrapassando
alguns dos seus parceiros.

O destino seu
é um destino qualquer.
São os olhos,
de um comboio de carros:
Subindo, descendo;
Só vendo à frente.

Varrem -- de terra,
a areia, em forma de pedras,
que cobre os ziguezagues,
das estradas sem fim...

São atalaias dos --
jovens, velhos e crianças
-- Eternos viajantes,
Que fustigam os caminhos,
que parecem --
serpentes de asfalto,

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Quando as batidas cessarem


Quando, em meu peito,
fraquejarem as batidas,
do coração já cansado;

Quando a minha boca,
não mais se mover,
para poder bocejar;

O sono das noites comuns,
não terá mais me rondado;
O sono eterno então terá,
de mim, a conta tomado --
em seu lugar.

Porém, antes do evento,
terei dito com Augusto:
"Acta est fabula, plaudite!".
E descansarei em paz...

Repousarei pela eternidade.
Entre as partículas atômicas,
das areias monazíticas;
Transformarei os ideais
-- sonhados aqui na Terra,
em preciosas pedras escarlates
Dando-lhes a forma de coração.

Jamais o sono meu será perturbado.
Jamais ouvirei o roçar dos andalins
-- por entre as águas salinas,
calmamente deslizando. E,
Nem mesmo de ti me lembrarei,
minha querida. Que um dia te amei!

Estarei imóvel -- eternamente,
para os que ainda ficarem. Alguns
ao menos levemente,
ainda de mim se lembrarão. Dirão:
"... veja, o seu coração navega
por entre aqueles sargaços, que
enfeitam as costas arenosas
dessas águas tropicais ..."

Mas, se alguém se atrever
a cavar as areias, para delas
o minério escarlate extrair e
o meu repouso transtornar;
Então, em bomba "A" me tornarei e
O mundo louco explodirei!..

Porque perturbaram o meu sono justo,
dos homens incautos me vingarei!

________________________________
andalins (andalim) =
espécie de alga (do tipo sargaço)
que dá nas costais tropicais e que
se estende pelas areias das praias

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Seres estranhos

São coisas de doido!
...outros planetas
-- seres estranhos
Distantes de nós,
por que nos visitam?
Ou, são nossos irmãos,
camuflados de seres distantes,
por nós -- Os seus ideais...
De algum modo, precipitam?!.
Fazendo-nos crer
'São de outros planetas'.

Seus raios incidem
-- são ondas de falas;
Querem dizer-nos que são?
-- Não são tão esquisitos!
Mais aflitos que nós;
São auto-circunscritos...

Do espaço, são seres aflitos.
De mundos distantes,
protagonizam a sorte... Viver
sobre asas -- Fingem ser aves
Querem unir
os polos do sul e o do norte.
Transporte da vida
para além da morte... E sorte
que tenha, quem possa a ter!

Fustigem-se os nervos de aço
Castiguem-se os desejos de espaço
Mastiguem-se os encontros de sonhos!
De sorte que
'Dream Colourfully' nos ilumine --
Talvez, deixemos de sermo pensantes,
para sermos alguém que apenas 'R U MINE'.

Será o que querem de nós?

Seres estranhos
de outros planetas
por que nos visitam?

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"R U Mine" é uma canção da banda de rock
britânica Arctic Monkeys. A canção foi lançada
para download digital em 27 de fevereiro de 2012
*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_
"Dream Colourfully"
Beautiful art installation entitled
“Dream Colourfully” by designer
Adrian Koh for Dream Interiors

Tudo segue seu rumo



Flutuam no espaço
-- perdidas,
gaivotas de aço.

O espaço infinito perdeu-se
-- também,
por traz do horizonte infinito.

As ondas nubladas
-- de vultos cinzentos,
escorregam,
como se fossem trenós,
debaixo dos lençóis dos céus.

Ziguezagueando,
Resenhas da morte
-- anunciam,
Perdidas no espaço
As gaivotas de aço.

Desenham, a esmo,
os seus titubeios. Será hoje?
Talvez, amanhã!? Não importa!

A porta abriu-se da sorte fatal:
Sem mais delongas,
o discurso acabou(-se)...
Haverá um alguém triunfal?

Dos seres humanos
desedenha-se a vida...
Napalm ilumina as noites escuras.

De fulgor rastejante
os céus se incendeiam. O esplendor
-- como um feixe de raios solares,
com seu brilho fugaz
-- num rastro de rizomas,
faz o coração estremecer!

Haverá vida para viver?

São gaivotas de aço
-- luziluzindo...
Perdidas no espaço;
Flutuam em forma de cruz.
Refletem os raios solares,
ofuscando a própria luz!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Тиж бо забула

Твої очі чомусь неправдиві --
Повертають не сльози, а сміх.

Що з тобою? Чи тиж бо забула
що моя уже була? -- Я був твій?
Тай сьогодні чужі ми з собою --
Кожен з нас мандрує свій шлях!

Як той птах, я літаю свобідний.
А тебеж не забув до сьогодні;
Ти зав’язала мій світ у собі --
Я блукаю немов лев голодний!

Ти ж смієшся, забула про мене?
Усім кажеш: "Така доля є всіх!"
-- Хто кохає, себе сам забуває;
Своє серце розплавляє як сніг...

Твої очі чомусь неправдиві --
В них я бачу, не друге як сніг!
Викидаєш те, чого не бажаєш
-- Знаю: Ти мене іще кохаєш!

Даю раду. Хоч прейми, хоч ні.
Знайже: Я тебе дуже кохаю --
Твої очі чомусь неправдиві.
Повернися!.. Звесели мої дні!

Твої очі чомусь неправдиві --
Повертають не сльози, а сміх.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Aos Letrados

Letrados da Terra,
A vós me dirijo!..
Pergunto "Sois vós,
na verdade, o que?"
Qual foi o fruto do vosso ventre?
Ou, vós não tendes parir porque!

A prostituta, em dar à luz;
Mesmo indesejável o seu rebento,
Produz o seu fruto. Também seduz!
E a sua sedução é eficiente
-- Completamente eficaz!

Supre de carícias o mercado,
Trazendo aos homens --
ao menos, um pouco de falsa
e insaciável paz...

Letrados da Terra!
Calastes por que?!
Por que não tocais os tambores,
não dedilhais as trombetas,
não fremeis os sonoros clarins?

Agitando bandeiras,
por que não gritais? Por que?..
Letrados da Terra,
Sois vós o que? Onde estais?

domingo, 17 de novembro de 2013

Зелені кольори

Квіти не в’януть,
коли мають що пити; --
Яскраві краплини роси.

Зелені кольори повітря
освіжають охоту життя,
Як ранні весняні дощі.

Квіти блакитні... --
Це зіроньки під небом.
Пустелю землі обійняли.

По морю, тихенько, теж,
хвилі свої розсіяли.

Розкішний із рути вінок
у барвінок діти убрали.

Квіти не в’януть!
Життєві нам мрії вони.
Стан наш є загальний,
на цій планеті води.

Він же є птах

Наглі хвилі б’ються як крила
ворона чорного. Здається то грак!
Чорне пір’я -- фіолетовий блиск
Він же є той не любимий птах!..
Де щось померле, буде він там;
Шукає добичі собі. Забрів у село.
Про нього не знав ще ніхто!
-- Він є птах.

Як ворон, крилатий літає.
Співати не знає.
Гуркоче як грім --
У чистому полі, він є грак.

Гуляє, шукає дохлини,
Головою на право, на ліво, хиляє
-- із вітряним сміхом сміється;
Чорний як сажа. Гадає що він --
На орла схожий... Й потімже
Гіркоти знати не може
Буцімто роду царів він є птах!..
-- Він є птах.

А з ним, я довірниЙ
-- Він же, на правді, є птах.

sábado, 16 de novembro de 2013

As injustiças do injusto

Se o justo é injusto
Como será o injusto:
-- em sua injustiça!
Trapaceando o mais fraco?
Tirando-lhe a sorte, já de pouca valia,
que o asfixia, durante as noites sem sono?
Que mata os pequenos desejos, do seu labutar,
durante os dias longos, que
nunca terminam?..

Não percebe nas faces doridas,
coloridas de gotas molhadas,
empanadas pelas sombras da consciência da dor,
do injustiçado -- o trapaceado sofredor!?

Ele vive de teimoso... Deve ser pois sofredor!
Não nasceu de estirpe clara... -- Pensa assim,
o injusto, em seus passeios, pelos caminhos
dos seus descaminhos de injustiça. Que pavor!
-- A sua mente vive em um estado de torpor...
Choque nele de whisky, aplica-lhe o terapeuta
Dizendo-se o seu amigo melhor.
É assim que o mundo gira... Sim Senhor!
Uma longa metragem para dizer não...
Por favor, mude a trilha do injusto,
Meu Senhor!.. Se possível for?

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Дивлюся далеко

Я дивлюся в далекі простори...
Здається щось блимкає там!
Питаюся я: "Чи то може
-- щось там бути,
Поза горами горизонтів,
Як думки мої виражають
видіння мої?" Чи може-то я,
Знаходжуся тут, у темному сні?

Чи я є?
Чи я був?
Що я думав колись, або вчора,
Я і нині не забув!
Тож існую. Бо працюю --
Розповсюджую мої роздуми
Будую ідеї нового стилю
Виробляю, все по волі --
Стежинки для моєї долі!

Не так буде взавтра, як вчора.
Філософії ізмініють свої престоли
-- Мислителі грецькі, тоже
Не вдержалися навколо свого кола.
Розійшлися... Як попіл під вітром
в наших думках поховалися.
Заснули!.. Не загинули зовсім;
Цементували свій грунт духа --
Тай розсилали як форма мрій!..

А ми живемо від самих подій...
Скоротилися думи наші. А серце
-- не вогонь пекучий,
А льодова кора покрила! Не так
було вчора; Здається все могила...
Велика могила відкрила горло своє,
Людство все захватила й покрила --
Зеленим бур’яном всіх типів... Тай
Заснула навіки! Потопилася
самостійно в глибині річки
-- немов би сокира...

Я ж дивлюся в далекі простори...
І знаю --
Не так буде взавтра, як вчора!..
А чому так?..
Я сам себе питаю.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Походи народів

Походи народів, могили копають --
Співають героїв своїх, як щось невідоме!
Не знають що людсьтво одно скрізь
Однако бажають свободи усі... Воюють за
Щось їм найкраще... Виробляють стежинки
для наслідків своїх!

Було так споконвіку... Так буде й надальше;
-- Чоловік змінити себе ще не зміг.
Сотні років, вітри понесуть, немов попіл;
Та все ж могили нові будуть відкриватись,
Аби в них герої новітні могли зберігатись.
Сльози спокійно, чоло дитини вимиватимуть!

Життя, без героїв, неможливо!
Сенс життя їх бажає усе більше. Дозрівають
Їдеї блакитні, під хмарами неба... Шукають
волунтерів собі в допомогу: Здобути нового!
Кольори світу перемінити -- Щоб яскравіше:
Бурі хвиль, ідейних мрій, якось виявити...

Походи народів, могили копають.
Такий сенс життя. Найновішого шукають.
Часами знаходять! Весело співають... Знають
-- героїв потрібно... Шукають.

sábado, 9 de novembro de 2013

Вадим Сергеевич Шефнер

Вадим Сергеевич Шефнер
Vadim Sergeevich Shefner (1914 — 2002)
Poeta, prosador, ficcionista russo.
Tradução do russo, do poemeto
«Собака сторожила гладиолусы»,
por Mykola Szoma

Um cão e os gladíolos

Um cão vigiava alguns gladíolos,
Vislumbrava neles a sua felicidade,
O vento acariciava, maciamente,
Os pelos do cão esperançoso,
E, em seus ouvidos, murmurava:
"Tenha esperança... O seu futuro,
Veja à frente... Logo ali!.." -- Mas,

Eis que a tempestade lançou a trovoada,
Murcharam os gladíolos ... Amarrotados,
Perderam o seu valor qualitativo superior.
O cão -- em uivos, lamentou a sua sorte.
-- Desolado e triste faleceu!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Tuas madeixas

As tuas madeixas
E os teus cachos,
São os meus sonhos por ti!

De tuas longas madeixas,
Por que tu te queixas?
Por que dizes, a todos,
que vais as cortar?..

Do teu charme e beleza
E, do teu porte, fineza,
As madeixas são a flot!
Não as cortes! Singeleza,
Por favor!..

Se dos teus cabelos negros
Cachos não brotarem, então
Os suspiros meus por ti --
Tornar-se-ão prantos...
-- Fluirão riachos.

De tuas longas madeixas,
Por que tu te queixas?

Anos de 1970

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Até que enfim

Até que enfim --
passados nove anos,
chegou o dia da partida.

Disse-me o gerente:
"Bem, chegou o dia!
Dou-te a conta e
vas seguindo o teu caminho.
Nada mais tens a fazer aqui.
Procure agora um outro ninho;
Adeus e boa sorte!"

E eu parti...
Em busca de outro ninho
que desse-me um abrigo material,
Ao longo do caminho meu --
Da minha estada existencial.

Até que enfim,
passaddos nove anos,
chegou a hora da despedida.

Ninguém chorou...
Todos se riram...
Os que ficaram
-- alguns apenas,
A boa sorte me desejaram...

Afinal, a vida é assim --
Até que enfim!!!

Anos de 1980

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Sentimentos estranhos

Nuvens se formam
e se deslocam
debaixo dos céus.

Ondas se formam
sobre as águas
dos mares.

Os sabores
se sente
pelos paladares.

O cheiro dos aromas
se absorve pelas narinas.

As mãos
que mais acariciam,
são as mãos femininas.

Juntando o sentir os aromas,
mais as mãos femininas,
acariciando as narinas;
Sentiremos, na nossa alma carente,
como se as ondas cortassem a mente
e como se as nuvens se deslocassem
-- acima das ondas dos mares,
por debaixo dos céus,
num tom dolorido, velozmente.

Felizmente,
As mãos que acariciam
-- São as mãos femininas.
Só elas... São elas e somente!

Небезпека чатує

Небезпека чатує старого дідуся,
чатує малого дитяти невинність;
Якщо зневага безсилля зростає,
то сила безпеки небезпеці,
Все що найкраще людини, віддає!

Нема як дитині, так як дідусеві,
Звільнитись за власним бажанням
-- В них сили безсильні;
Вони від природи слабі. Грунт,
основа та сила: Склад життя їх
-- Вся могутність, то є усі ми!
Уважай, брате мій!
То є я, а також є і ти. Корінь
їх існування, це є усі ми.

Обнімімося, разом з дідусем...
Закличмо бабусю також!
Разом всі, обіймем дитя пильно
Хай з’єднає нас палке кохання,
в один грунт. Ми сильні разом!

Могила брата

Піском засипали могилу
-- землі бракувало;
В ній поховали пам’ять
Мого покійного брата.

Боровся за волю народів
Життя положив як герой!
Лишив дім свій:
Лаврентій
-- молодший сержант.

До Вільна відправлений;
З під германьського бою
Визволяти державу свою.
Так і загинув від кулі,
Він в героїчному строю!
В литовських просторах,
Навіки лишив душу свою.

Хай слава героям!
Та слава для брата мого!
За відвагу, та за кров,
Що сніги покрасила; Та
збережила волю народа,
Та збережила волю мою!..

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Вибивають правду

Чи заснути маю право
як гудуть гармати слів?
Вибивають правду із серця
-- Засипають, її місце,
сміттям неугоди... Кажуть
"Вбивай твого брата,
він же бо є ворог твій!".
Не журися по його недолі.
Бережи себе! Такий наказ.

Світ модерний. Все минає.
Користуйся, доти маєш час
-- Взавтра, день твій,
може з ранку перекрутять;
Погасять твої роки враз!
Ось так думають нелюди...
Хоч і ходять як ті панови;
Думи їх -- сама марнота...

Вони ні серцем,
ні головою є здорові.
Суспільство їм -- Існує
лишень як склад входів,
Усякого типа доходів...

Члени нової структури
-- без базової
моральної культури
й досвіду своїх
минулих поколінь.

Вони нелюди. -- Вовки,
що роздірають овець...
А знайдеш їх всюди і скрізь.

Отож, чи маю право заснути
Тоді як розноситься вибух
гармат диструктивних слів?
Тоді як вибивають правду
із серця... Кажуть:
"Вбивай твого брата,
він же бо є ворог твій!"?

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

На полі неволі

На полі недолі, багато блукають.
А знати про що розмовляють, не знати!
Не мають об'єднання у намірах своїх
Бо думки одної -- змістового стану,
Відповідно до речі своєї, не мають...
Отож одночасно й блукають!

На полі недолі, те все що в неволі.
Про лихо лишень, вся розмова пливе.
За потоптані квіти, зелених гаїв,
Спів лунає по всюду! Сама біль...
Угоди немає. І вітер літає скоріше,
Тай скоріше, недолі неволю, несе.

На полі неволі, те все що в недолі;
Чекати й не знати: Щось буде нове?
А може закінчиться -- уже взавтра,
те що здавалося нам колись вічне!?.
-- Недоторкне для зміни...
Казалося: Воно вічнодійне й святе!?

На полі недолі, багато блукають.
А знати про що розмовляють, не знати!
В чім же справа? -- В тім що їх думи:
"... що минуле є вічнодійне й святе".

A noite vai terminando

Deitado na relva molhada,
Quero ouvir o canto dos rouxinóis,
Nessa calma e serena madrugada.

A noite vai terminando,
enrolando os seus azulados e
transaprentes lençóis.

Quero ouvir os estalidos
dos lábios dela, beijando os meus.
Quero ouvir da boca sua:
"Querido, diga-me que tu és só meu."
São sonhos... Não são fantasias;
São os desejos meus!

Aqui rouxinóis não crescem;
São pequeninos do Velho Mundo...
Menores que o pisco-de-peito-ruivo;
São "ébrios" da noite, encantam --
com seus trinados e gorgolejos, as
mentes dos amantes e seus desejos.
E muitas vezes,
os cantos dos rouxinóis,
não passam de simples lamentos --
das dores de luto de Orfeu.

Aqui não crescem rouxinóis!
Nem lábios dela são meus caprichos.

Oh, meu Deus!..
Por que me deste um coração enamorado?
Que sonha tanto, mesmo sem ser amado!
-- Por que querer ouvir,
Na calma madrugada,
O canto do rouxinol,
Na relva molhada deitado?..

A madrugada vai fugindo.
A relva, aos poucos, vai secando.
O sonho meu se diluindo: vai me deixando.
A realidade, aos poucos, vai me acordando.
E tudo, poque a noite vai terminando.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Ordem vigente

A Ordem vigente
Não mais corresponde aos anseios
-- dos povos, das gentes:
Direitos premidos por milhares,
dos mais sufocantes, pisoteios.
São formas de astutos
subliminares enleios!

Confusas as mentes,
perplexas se perdem,
em formas vazias de ser
Sem nada serem de fato!
Lhes dizem "Vivam por viver!"
De nada vos vale algo fazer.

Futuro incerto! --
São mil incertezas.
Receios de agir,
com medo de errar. Talvez,
pode ser um custo incerto,
que se deva pagar. É melhor
Não tentar... Apenas seguir
a alguém. Talvez, uma gota,
de um sonho alheio,
se possa sugar!? E grátis
-- sem nada custar.

São tantos bloqueios
E muitos da luta desistem,
Tombam falidos --
sem que se vejam,
Para jamais levantar.

Pequenos e grandes
não mais se entendem!
En quanto uns morrem;
os outros, mais ascendem.
Mais se destacam no meio;
Enterrando os pequenos --
sem remorsos nem receios.

Os grande mais vivem
e mais se comprazem;
Com mais plenitude
Desfrutam as benesses da vida!
Os outros
-- os pequenos, Coitados!..
Pisoteados e enterrados.

Justiça Social

Uma Justiça Socia
será real
somente se baseada nos direitos
do homem íntegro e natural.

Esses direitos serão aceitos
se se aceitar
a dimensão transcendental
da humana estirpe,
da sua imortal e eterna
predestinação imaterial!
Alma vivente --
de ordem espiritual.

Se o Estado deixar de ser
apenas como tal e
em valor maior for erigido;
Então, sufocará o indivíduo
e a razão maior de o ser --
Sufocará as tonalidades
das suas colorações verbais
Tornando os homens escravos
-- animais bípedes tão só!
Viverão todos a serviço
de um poder insano --
desumano, desleal e desolador!..

Oh!.. Não!
Não me falem em liberdades
sem liberdades fundamentais.
Sem que cada qual se acomode
segundo os seus dotes naturais.

Não sejamos instrumentos
de outrem, de mesquinha ambição.
Sejamos homens veros,
conscientes de conasciência.
Uma consciência noissa
na nossa mão!..

Integridade tenhamos!
Tenhamos por meta o amor.
Preservemos as nossas liberdades
que são humanas e fundamentais.
Façamos uma justiça justa.
Somos seres individuais e sociais!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Teorema

Teorema de Gödel

Deus não caberia em um teorema.
Está aqui pois o grande dilema.
Se há proposições indicidíveis
-- podendo ser falsas
ou verdadeiras; Então
as suas consitências,
consistem, em si,
não serem consistentes;
A não ser em outros sistemas,
de axiomas outros, existentes!
Deus é o próprio
Teorema de Gödel!

Adolescente fora do tempo

Adolescente cinquentão...
Deixou de ser um adolescente vero;
Mas não chegou a ser um prudente!
Mas não se sabe porque...
Por que? Responda-me, irmão! Não?
Também, tanta confusão!..
Todos querem ser o que não são...
Eu e todos nós, meu irmão!

Mas ele é demais!
Pensa infantil...
Come papinha.
Assiste desenhos na TV.
Leitura come ele, não há porque.
Não sai do bar dos jabuti --
dos testudinídeos... Esconde-se,
sozinho, dentro de si.

O tempo passa. Mas ele
sem mudar, permanece sempre assim.
Adolescente cinquentão.

Ma seis a questão:
A "mamãezinha" diz-lhe

domingo, 27 de outubro de 2013

Um amor quase fatal

Gotas de sangue,
sem sangue real...
São gotas de fleugmas
-- humores da vida...

São quatro, ao todo
Nenhum é quase real.
Expandem-se à toa --
Será um veneno fatal?
Quem vive por eles --
tem frieza mental tal.
Então, é mesmo fatal!

Ou é apenas um simples sinal.
Lá em Cós, o tal de Hipócrates
-- aos seus alunos, propós:
Sangue, fleugma, bilis branca,
e a bilis negra são os humores
determinantes dos dissabores.
De todos os possíveis amores!

Seria "sim"?
Seria "não"?
No fundo, o mestre da Escola,
poderia ter tido a razão.
Ou, não!

As gotas de sangue de um poema,
dos poemas, que fluem do coração,
São tão ardentes, como se o sangue
se expelisse, em gotas do sistema
ventrícular do coração...
Hipócrates teria sabido disso? Não?

Quando, um dia, leres
algum dos meus poemas,
Lembrar-te deverás da minha dor!..
Escritos com as gotas
do hipocrático humor.

Poemas banhados de sangue
-- São gotas de fleugmas.
Dilemas da vida.
Lembranças sentidas por mim. Assim.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Passaram!

Dor
choro
lágrimas
rosto molhado...
Não de saudades,
de desencanto...

Pranto dorido
coração gemendo,
Algo dizendo:
Fim da jornada,
ponto final --
Tudo acabado!..

Uma lágrima
cristalizou.
Enobreceu --
sublimou.
Depois, como gás,
volatizou;
O rosto secou...
A lágrima
não mais rolou,

Os olhos secaram.
Ficaram mais belos,
brilharam singelos.
Nunca mais choraram!

Na memória, apenas
as lembranças, sem dor
se encrustraram...
Como diamantes caros
para sempre restaram.

Dor
choro
lágrimas
-- Passaram!

Тротуар

Тротуар --
стрічка ступнів;
-- Кудись доведе,
як прийде до кінця
Кожен той, хто нею спокійно іде.
Трот -- "Небеспечна вода", ось і є:
«Фокс і Трот» -- Flash-плеер!
Він пливе без забот. Так спокійно й іде.

Тротуар -- він для всіх.
Хто ступить на нього,
жавжди має повний успіх.

Тротуар каменистий.
Щоденно є чистий. Як стіл
-- вимивають його із милом водою.
Навіть сідати ти можеш на нім
Тобі ж не потрібно мати і хати;
Є тротуар... На нім ти можеш заспати!..

У селищах, колись, дерев’яні дороги були
А тепер, -- Все змінилось, інакше буття:
Ти живеш сам від себе й для себе...
Відпочинеш кістяний свій корпус
В тому просторі, в якому
відчуєш привітним себе.
Тротуар стане "братом" твоїм --
Як найлучше постілля твоє...

Тротуар буде стежка твого мандрування...
Від ранку світання, аж до пізньої ночі
-- до годин темних твого авто-скасування.

Aleksei Wenh

Алексей Венг
(Я патриот, © Copyright: Алексей Венг, 2013
http://stihi.ru/2013/10/14/7739)
Aleksei Wenh

Tradução (do russo) por Mykola Szoma
Sou patriota

Sou patriota da minha querida terra: o planeta,
Denominado com rigoroso e orgulhoso nome Terra.
Em todo Universo, mais lindo e mais garboso
não haverá; Por mais que o elogies, jamais
o seu fulgor intergaláctico expressarás!

Eu amo-a... A terra querida minha,
Grandes espaços russos e o brilho da Europa,
A lúgubre Sibéria coberta de geleiras
E o marulho ondulante das água do Mediterrâneo.

E tudo isso é meu; É muito caro para mim:
O riacho pequenino, o atalho no meio da floresta.
São meus completamente! Não são de alguém outro!
Os cactos do Chile, e as espigas do trigo russo.

A minha morada, a minha Terra, o meu Planeta!
Essa morada terrena, é comum para todos!
Os outros planetas, nos servem de nada.
Mas do nosso, nem um palmo sequer cederemos!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Вітри хай понесуть

Вітри хай понесуть тебе за море.
А коло берегів чужих, нехай затоплять,
В глибинах темних океану, твої усі бажання:
Вітання найпрекрасніших твоїх снів. Твої кохання.
Забудь мене!.. Мої сумні чекання... Без тебе я --
спокійно, хоч засну трошечки. Без ніякого блукання...
Будь остання перетинка на моїй дорозі.
Про тебе я забув уже давно. Навіть я не гадаю:
Чи в нас було колись щось... Чи разом ми сиділи,
під синьим небом -- Чи то зимою, чи то весною?..
Вітри хай віють, завівають. Хай буйно перевертають все
-- на спогад хай не залишають більше нічого.
Ні мого щасливого буту, колись із тобою;
Ні твого обличчя огорнутого, моєю рукою.
Хай вітри рознесуть твою пам’ять,
Хай розсіють її по широких полях;
Щоб згадати, про тебе, не сталось можливим ніколи.
Навіть в часи ті, в які я стану тільки один кістяк
-- А чепреп ти станеш, тай зіпсуєш повітря,
що сили дає, яка зворочує вітряк...

Шукають

Шукають чогось
Не знають нічого
Згубилися в рамках
-- неуцьких бажаннях.
Батьків, братів мають...
-- Немають розвідкових
досліджень на правду;
Вона чи правдива?!.
А може й не так!
Їм здається,
все є однак!

Не знають, шукають чогось!
Вдається можливість і жити
-- сумувати, радіти, мати:
Родину щасливого стану...
Сльози не ллються,
Відчуття не сумують,
На все відповідь,
яку бажають, дістануть!..
Не знають -- ідейність
чи перспективу, в якій
долю свою зіграють...
А все таки й шукають.

Ти можеш розказати їм
про щось нове... Чого
можливо вони й шукають...
Розкриють в самих собі --
Цілюще джерело клітовини:
... До правди, що ти і я,
й вони досі не знають...
А все таки й шукають.
А може й не так!
-- То нехай шукають.
Шукають
Шукають
Шукають
-- Колись знайдуть!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Dor de amor

Minha prezada Consultante:
A tua dor, é uma dor de amor!

Sofres de insônia,
porque queres...
Há tantos, por aí
-- famintos de amor.
É só te predispores
a te doar... E
gozarás feliz:
Delícias paradisíacas
do tão buscado "amor".

Dirás,
saciada e contente,
liberta da solidão:
"Adeus!.. insônia
também, a dor".

Remédio milagroso é este:
O "amor".

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Не журися

Шляхи широкі перед тобою!
-- Через ліси, через моря
та через гори високі,
тобі прийдеться мандрувати.
Ночами розмовляти --
із вітряним шелестом.
Трав свіжий запах удихати,
Із кількох роси крапель,
свою спрагу заливати...

В горі, під голим небом,
синяві хмари розцвітають;
Над ними, яскраво,
зіроньки серебристі сяють.
А ти, під ночі покривом,
як кошмар будеш блукати:
Десь заночувати -- хоча
і на скирті соломи,
будеш шукати...

Не буде де взяти!
Не вертайся ж додому...
Матуся забула про тебе!
Нових дітей вона породила;
Сказали для неї --
Що тебе вже покрила могила.

Не журися! Духом не падай!
Ось раптом хмари пожовтіли
-- засміялося сонце!..
Нові діти, брати твої,
тебе пізнати захотіли!

sábado, 19 de outubro de 2013

SIMILHUMANOS

Androides, ginoides?..
São similhumanos com oides
-- sufixos geradores dos
anthropoides andro e gino.

Antropomorfos das rochas
-- Esquemas primevos,
do universo disperso,
na mente de ágrafa
emoção natural.
Primeiro, coletores --
Mais tarde, caçadores;
Depois, a pastoril iniciação;

E mais depois, a Pastoral...
-- a mais completa dominação!
Do "anthropos", do "homo" e
de toda a atual "confusão"!

Assim se fez a humanidade.
Criou-se a lei, a luz
e toda a possível verdade!

Os androides se destacaram
-- se impuseram às genoides;
Tomaram a conta do mundo,
Proclamaram o conceito
de plena lealdade...

Esse poema não passa
de um simples tema
da minha imaginação;
Nada tem a ver com a verdade
da vera doutrina da Criação.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Вірші про все

Вірші про все знайдеш.
Про Чигирин...
Про квіти серед поля,
Як хилиться додолу --
під вітром, висока
тополя, серед поля.
Та як нещаслива була
тай буває, моя доля.

Ось така то і є
непросима неволя!
Згинає спину додолу,
немовби тополю високу
Під вітровим тиском,
ще й саму серед поля.

Вірші це рослини життя.
Листки їх потрібно пом’яти,
щоб запахом слова німого
любимі очі очарувати...
Гроші здобути, на хліб
-- є скоріше; Чим вірша
підписати, хочби й на сміх.

Вірш будь-який, це мій цвіт
Розцвітає, так пишно,
як лотос священний індусів.
Початок нового космо-буття:
Координат вловлювання свого
всеохоплюючого "Я"...
Вірш є мій дух і є моя душа!

Петро

Згоріле повітря --
Кисень рідкий перегрівся.
Диха не немає ніхто.
Що сталося людям
нового століття?

Питаюся я й питає Петро.
Петро був Матрос.
По морю літав як скажений;
А море гуляти хотіло лише!
Петра затопляло... А Петро
тільки сміявся, на верх --
як листок, виринався...
З берегами радувався.
Петро задумав
підгорнути до себе усе!

Кисень тоді ще був чистий.
Був схований десь під вікном.
Процес бесемерівський
не містився в Байкалу
-- А життя пролітало,
під іонами кисню, як ті хвилі
що їх перегортає неначебто
хліборобника плуг.

Петро був Матрос.
А сьогодні Петра вже немає,
Та кисень рідкий перегрівся
Що сталося людям?
-- Лишень хвилі протестів.
Хтось про кисень щось знає?

Sou Eu ...

Falaram deuses comigo;
Ouvi a voz de apenas um --
O que Se fez compreender,
sem artimanhas... Dizendo:
Sou Deus dos deuses que,
Desde o princípio, quando
o tempo ainda não existia,
já era Eu o único. Apenas
só Eu e mais nenhum!

Calei-me diante dele.
Diria eu o que?..
Mas a presença Sua --
Insistente,
Mais perturbava-me que
uma brasa ardente;

Pergunta, então, Lhe fiz:
És Deus primevo,
Antes que tudo houvesse,
Tu já exististe; Por que
quiseste fazer as coisas
-- que hoje dão-Lhe
dissabores, e o mal
entre os homens persiste?

Queres saber por que?
Eu lhe direi agora...
Dei liberdade de escolha;
O sentimento de liberdade
que tornasse os homens --
não escravos meus, mas
parceiros da minha
universal "cidade".

Os dissabores e os males,
foram os homens que
inventaram... A liberdade
-- do seu "livre arbítrio"
contra a vontade primeva
dos meus desígnios,
instilaram...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Sou um mortal comum

Sou um mortal comum.
Só busco a verdade
Que se afigura-me,
intensa e densamente,
em forma de um poema;
-- Que me coloca
em xeque-mate!..

Não sou um mestre cósmico:
Conhecedor de leis supremas
e de verdades naturais...
Nem sou, tampouco, um ser
errático, de esferas noo.
Não sou algo errante pelos ares
como se fora um átomo qualquer!

Eu sou um ser real e existente.
Um dentre os homens:
Penso, logo existo!
Vivo, sofro... e, sonho também!
Sou um mortal comum:
Nauseabundo vagueio,
pelos escombros seculares
da vida óssea e carnal...

Nas minhas veias corre o sangue
Sangue comum a todos os mortais
-- Não é azul, nem é plebeu;
É sangue escarlate-puro
que se coagula e se dilata,
ao ser tocado pelo fogo...

Aqui -- na terra, sou aprendiz.
Tudo intriga-me,
Desconhecido-me é tudo.
Ao sabor dos vendavais,
das tempestades e dos ventos,
veleja o meu ser apavorado --
Por sobre as ondas dos mares
e das marés -- tento andar:
Procuro equilibrar-me,
para não me afogar...

Ouço mil vozes
de um canto não térreo...
Sonantes vibrações esperam-me lá.
Juntar-me-ei à sintonia daquele canto;
Depois de ter atravessado os mares
-- vencido as águas turbulentas,
das tempestades e dos ventos.
Repousarei -- "ad infinitum", lá!

____________________________________
noo --
"NOO é uma plataforma experimental,
um novo projeto de mídia diferente
de tudo que você (e a gente) já viu.
Nem tudo que é interessante é NOO,
mas tudo que é NOO é interessante."

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Чумаки

Чумаком не був я.
Якби ж міг я бути ним?
В двадцятому віці я родився.
-- А шістнадцятого століття
будувались чумацькі часи...

Обабіч дороги, високі тополі.
На полі ж гуляли журавлі,
Піднімали високо крила:
Надоїлось їм збирати
зерно пшениці по землі...

Гаї зелені вбрані в квіти.
Трава вкривається росою...
А промінь ясна сонця
Відображається,
над стрічкою води чистенької,
що вибухає річкою:
Різноманітно та тихенько.

Там хлопці плавали,
Казали що вони рибалки.
-- Чумакам розповідали,
про свої гулянки...
А чумаки, люди розумні,
З ними жартували. Такого,
навіть на Чорнім морі,
не чули ніколи й не знали.

O primeiro beijo

A beldroega, na umidade
do nosso primeiro beijo
desabrochou e,
talo a talo, avançou:
Uma paz e a alegria de viver,
no branco-róseo, despontou...

Foram teus olhos meigos
que os meus fitaram.
Foram teus lábios sedutores
que os meus beijaram.

Depois,
ficou tudo tão diferente:
O nosso amor,
como um gervão em flor,
se alastrou.
Nos envolveu,
Tangeu-nos com espinhos-agulha,
Cobriu nosso caminho de cabeça-de-boi.

A beldroega não mais desabrochou.
A folhagem empalideceu, --
não mais encontrou umidade
dos nossos beijos.
Cada pedaço do seu talo feneceu.
A vassourinha, vassoura se tornou
-- Varreu os restos de um amor
que, com o tempo, fraquejou!..

____________________________________________
Espinhos-agulha [espinho-de-agulha] --
Arbusto (Chuquiragua vagans) de flores
esbranquiçadas, com altura que chega até 4m.
Cabeça-de-boi [Stanhopea Insignis]--
Nome popular de uma planta da família das
Orquidáceas de cultivo relativamente difícil
e cuja flor é de curta duração.
Vassourinha [Vassourinha-de-botão] --
Nome popular de uma planta, o mesmo que tapixaba.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Не питай

Не спиться й не сниться...
Вставати не хочу -- Боюся,
а не питай чого, бож
Я не скажу:
ні тобі, тай нікому...
Мовчу! Сумую самітньо.
Чому?.. Не питай!
Бож я не скажу...

Говорила мені мати
Тай батенько, тоже казав:
"Не гуляй до пізньої ночі.
Світанку можеш не зустріти
-- Під ранком,
чорт криниченьку скопав...
Той хто блукав раненько,
до неї впав. Тай не устав"
Води напився... Утопився!

А мила чорнобрива
Що ж би зробила тоді зі мною?
На віки б спокою мені не дала
-- Не спавби я тоді ніколи...
Тай слухати не міг би
Як сумно співають раненько --
горобці та соколи.

Ой сон мені не сниться
А також і не спиться.
Очей закрити не бажаю!
Чомусь чогось боюся... Не знаю.
Раненько в ранці що зустріну?..
Себе я сам питаю.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Kafka revisto

Kafka produto híbrido
de nostalgia,
de desencanto e
de salpicados de ironia.
A faceta de um comediante
sócio-polido de acidez...

Filho de Praga
Pensou Direito, por opção.
De lucidez astuta,
irônico por reação.
Levou a vida de forma
intempestiva --
Transcendendo-a
a qualquer consideração...

No passado heróico,
está a razão de viver.
O presente de lutas,
o passado apenas será.
O futuro incerto,
aos heróis do presente,
efígies memoriais erigirá!

A pátria traída
é a própria loucura sentida.
São os caminhos da vida,
capturados por uma coorte
que se arvora em ser
a única Provedora da sorte!

São caminhos reais como a noite,
imaginários como o insolarado dia
e tortuosos no palmilhar; Todavia,
Belos no sonhar... Embora,
indiferentes no vivenciar!

Na vida sem rimas
sem cantos redomas
cantamos o nosso existir.
Vivemos insentes
na dor mergulhados
viajamos de um ponto a outro
em busca de paz!..

Prazeres
Frustrações
Remorsos
Desencantos -- encantos perdidos
orgulhos feridos.
Deixamos de ser.
Com a Pátria traía, devemos morrer!

Olhando para o futuro

Montado a cavalho,
olhando para o futuro!
Sem esquecer o passado
Romper as fronteiras!
Vencer as derrotas:
as glórias viver!
Construir o presente,
sem nada temer...

Assim se levanta a sorte!
Assim se constrói o viver
-- sem choro, sem mágoas,
Apenas se vive o dever!..
Montado a cavalo,
olhando o futuro,
sem o passado esquecer!..

Removendo os escombros.
Limpando a poeira --
O pó dos pés sacudir...
Esboçar um leve sorriso,
De quem jamais se deixou
em desgraça se diluir!..
A cavalo, ao futuro seguir.

O passado se foi;
Bem-vindo o por vir.

domingo, 13 de outubro de 2013

Ucasse

Ucasse coletivo não é opinião.
É antes um prisão preventiva,
dentro dos limites estritos do
-- socialmente, válido ou não.

Mas nem isso deve ser!..
Ucasses são decretos coletivos.
Informalmente pretendem dominar
As idéias, os pensamentos, e
O próprio modo de viver.

Ter opinião,
É ter uma visão própria do mundo.
É situar-se num contexto coletivo
de modo livre e racional:
Viver intensa, decidida, plena e
francamente a problemática
do todo coletivo social... Sentir
-- a fundo, o batuque da vida real.

Ter opinião, é ser participante
nas magnas decisões do coletivo --
Como se fosse sorver
a última gota de orvalho do viver!
Traçar objetivos... Adequar meios;
Enfim, ser cidadão por completo.
-- Sem a ninguém desmerecer!


________________________________________
Ucasse -- (úcasse, úcase)
Decreto do antigo imperador (o tzar) da
Rússia Imperial: "Úcase imperial"
P. ext. Decisão autoritária, imperativa.

A Lua

A orgulhosa Lua, branca e formosa.
Caminha pelas clareiras das montanhas
Seu charme esparge. É toda garbosa!..
No seio das matas. Atravessa oceanos:
-- Conduzindo regatas --
De barcos à vela...
Escrevendo uma história singela
de quem se aventura a enfrentar
as ondas do mar e as suas procelas.

Como se raios de luz vomitasse,
A Lua serena desliza e, num passe,
dos ventos enfrenta o boicote:
Esconde seu pálido rosto
por detrás das montanhas
-- De lá ressurgirá,
Em forma de uma dobradura do tsuru
Para imitar o grou
que um dia a enganou!.. Esqueceu e
Os seus raios luzentes abandonou!

A Lua garbosa, de grande encolheu
Despediu-se da noite... Parecia
uma princesa -- Saindo da corte e
deixando a nobreza, se escondeu:
Por trás das montanhas,
Atravessou os oceanos... Para
Conduzir as regatas de barcos à vela.
A Lua branca e formosa,
com sua pálida face singela,
Serenou o meu coração!

sábado, 12 de outubro de 2013

Sorrisos perdidos

Estrela encantada brilhava no céu.
Sorrisos perdidos -- no espaço,
vagavam sem véu. Não eram sorrisos;
Eram só risos concisos
-- de ágeis sobreavisos que
flutuavam incisos em faixas
extensas, estendidas ao léu.
Diziam: 'Na beira do mar --
sentada está, uma Quimera
lançando fogo pelas narinas!"
Quem dera-me vê-la, um dia.
Oh, se eu pudera!..

Na beira do mar,
sentada sem lar, a chorar.
-- Estava ela só, a chorar...
Sem ninguém. Observando a Lua --
navegando entre as nuvens,
Talvez, procurando a Quimera,
para com ela as suas mágoas
amenizar ou dissipar.
Ou delas se livrar!..

Encantada, na calada da solidão,
Na beira do mar, a sós a chorar!

Brilhava a estrela, clareava o mar
Viajando a Lua, buscava a Quimera
-- pretendia a dor partilhar:
Com ela que,
sentada à beira do mar,
Espargia sorrisos
sobre as ondas do mar.

Madeiro em forma de cruz

Madeiro talhado em forma de cruz;
Ao cume do Monte Calvário,
Tu a levaste, Jesus!

De sangue e suor
cinzelaste a Tua fronte...
Fatigaste os joelhos,
os pés machucaste
-- No longo caminho que fizeste
para, sobre o madeiro
em forma cruz, emfim, repousar.

Maria Madalena, ao pé da cruz.
João! -- "De agora em diante,
esta será a tua mãe. Maria! --
este será o filho teu..."

João e Maria, em mãos sentiram
o coração despedaçado...
Fitavam o sangue de Jesus verter:
Os soldados romanos traspassaram
-- Com a lança de um infante,
o lado e o coração de Jesus.

O "crucifragium" não se lhes deu:
Os romanos viram
que Jesus já estava morto --

Foi traspassado, verteu Seu sangue,
Nenhum de Seus ossos, como previsto,
poderia ser quebrado...
"Eis o Cordeiro de Deus".
Segundo Zacarias:
"Olharão para mim,
a quem traspassaram"...

"...e prantearão sobre ele,
como quem pranteia pelo filho;
e chorarão amargamente por ele,
como quem chora amargamente
pelo seu primogênito."

E fitavam a Jesus verter o seu sangue
E aos romanos, de bárbaros trajados,
seu ódio despejar sobre o cordeiro
... esvaído e exangue.

Colina toda espovida, em si fechou-se!
Do verde a cor fugiu,
Os ceus escureceram;
Tornou-se a noite, o pleno dia;
Tremeu a Terra -- Os rios,
em lágrimas se irromperam.
Ao Filho do Criador,
as suas homenagens últimas renderam!..

Ali no alto da Colina,
distante da cidade --
Numa caveira, fincado um madeiro
em forma de cruz e nele cravado,
de braços abertos,
agonizava os seus últimos suspiros
-- o Filho de Deus, o homem Jesus!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O Maravilhoso Jesus

Da cicuta da vida, o suco amargo bebeste;
Mergulhaste na inglória existência humana!
Entre os homens, te fizeste um carpinteiro
Com mãos "calejadas" de fome e de sede,
O peso de um sono de insônia viveste --
As dores das dores humanas provaste.

Qual um, dentre nós, te bateste:
Entre astúcias, mentiras e conchavos,
Quiseram manchar o teu nome. Não deram-se!
Mais forte que tudo, foi o teu nome:
Maravilhoso, Conselheiro Deus forte,
Pai da eternidade e Príncipe da Paz!

Porém, não te ouviram... Levaram-te à cruz
Disseram: "Aqui está crucificado Jesus"...
Mais uma vez padeceste... Calvário pisaste
Verteste o teu sangue. Provaste ser Jesus!
Água em vinho transformaste. E hoje
és tu a nossa vida e a nossa luz...
-- Na cruz, a morte derrotaste!
Provaste mais uma vez, que
Só tu és o Filho de Deus
O Maravilhoso Jesus!..

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Pedro

E Pedro andou sobre as águas.
Não eram águas comuns;
Eram as águas do mar da Galiléia.
Um luar iluminava as suas ondas,
Os galos ainda não tinham cantado,
O Mestre não se dera ao sono
-- o Pedro sentiu-se apavorado...
Nas águas marulhentas do mar
Temeu ele de se ver afogado!

O mar encapelado da Galiléia
tornou-se ainda mais encapelado!..
Se a lua era cheia, dizer não sei,
Mas via-se -- ao longe,
mergulho de peixes se distraindo;
Com suas cambalhotas, as hidras,
de alvos braços,
contra o barco se insurgindo...

E Pedro temeu...
Temeu nas ondas do mar da Galiléia,
Nos braços de uma estrela-do-mar ou
Nos braços de uma marinha centopéia
-- seus dias terminar.

Escureceu!
Estrela cadente lá do ceu despencou!
Pedro andou e desandou...
Temeu as ondas do mar da Galiléia...
Ao som das tempestades,
sob a luz do clarão relampejante,
nas penumbras do medo tombou.
E Pedro clamou: "Mestre! A sorte má,
de mim zombou!.." E Pedro soçobrou.

Pedro andou sobre as águas,
enquanto o galo ainda não cantou...

Вона не прозувала

Вона не прозувала.
Пропозиції про щось
-- хоч будь-яке, не мала.
Лишень співала,
пісню чужу;
Своєї ж бо не знала!

Ось так казала:
"Полетіли журавлі,
В чужому краю скатувались.
Від чого -- вони не знали,
Назавжди заховались.
Боялися свого й себе боялись.
В чужім краю, словом чужим --
Смішно, самі з собою,
із себе саміх сміялись."

Ось так вона співала.
Прозово не говорила,
та віршів не підбірала
-- Казала все що вітер
навіював її. І це, як тільки
-- раненько, на ноги вставала.

Хата її, на краю села стояла.
А там вітер крила ламає,
бунтує дерева: Високі тополі
додолу згинає. Та й журавлям
спокою не дає -- В край чужий
(по неволі) їх виганяє!
Тоді дівчина, що не прозує,
вісеньку про жіравлів співає:

"Полетіли журавлі,
В чужому краю скатувались.
Смішно, самі з собою,
із себе саміх сміялись."

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O dia esmoreceu

Do mar, a ondas adormeceram.
Do ceu, o azul escureceu.
Caiu a noite nebulosa e,
Com seus abraços,
a tudo envolveu.
O dia, que um dia era --
entardeceu, esmoreceu...
Morreu!

O dia cansou de ser iluminado --
Trocou a sua luz pela sombria noite.
Quiz esquecer o bem tanto espalhado,
ao som da ventania e dos tufões;
Quiz sepultar-se por si próprio,
Pra repousar nas surdas noites
dos holofotes artificiais!..

Do mar, as ondas acordaram.
Do ceu, o azul tornou-se mais azul.
A noite nebulosa despediu-se;
Não pode observar os funerais do dia,
Tamanha era a sua agonia:
Ter de observar a morte
daquele em quem
toda a sua existência consistia!

Então, o dia não mais morreu!
Mais uma vez, a noite venceu!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Сокол

Сокол співав самотьній:
Задумався що він один
Та й сумувати --
серденько заболіло,
чомусь схотілося йому.

Один у світі.
Без рідного слова;
Як порошинка,
під вітром гуляє.
Колись був дитинка,
Кохав, був коханий;
Не забув він. Пам'ятає!

Тепер далеко від своїх,
Чомусь нудьгується душа
-- Дрібна надія...
Повсюду неподія та
несутність спостерігають
Як скасувати -- в нім
послідню краплинку --
його буття.

Сокол співав. Засумував.
Замовк. Згадав минуле...
Серденько заболіло.
Схилив голівоньку, --
В журбі своїй,
мрії не досяжні обійняв!

Сокол самотьній відійшов.
Співати перестав.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Любима хвилина

Любима була та хвилина
коли породила мене мати;
В біленькі пилюшки сповивала
Та й частенько, до свого серця,
свокійно мене пригортала. Кохала!
Співала... плакала... й Кохала!..

Гармати ще не гуркотіли.
Надворі ясени цвіли зелені
А в хаті, все до ладу,
Дідусь, бабуся, -- Смакують
капусту з огірками...
Хай рідні всі будуть здорові
Життя нове, як все в обнові!

Отак прийшов я в цей світ.
Не вмів ходити поміж столами,
Не знав що діброви ростуть серед степу
Що з дубових лісів вилітає -- як змій,
Перелесник у червонім жупані,
Чорні брови, буйно розвіяний волос,
Як хвиля широкого моря
в собі сховує серця дівчат.

Цього ж мати мені не казала.
Не хотіла щоб я знав...
Що таке в світі існує, та
Щоб я з ним не з’єднавсь!

Добре мамонька зробила.
Днями й ночами мене кохала.
Як верба в степу засохла,
Моя доля, до чужого барлога
мене (в сіт) загнала.

sábado, 5 de outubro de 2013

Marta Tarnavska Teodoziyivna

Marta Tarnavska Teodoziyivna (1930, ?)
Em 1949 mudou-se para os Estados Unidos.
Марта Тарнавська Теодозіївна – Запрошення
Trasução do ucraniano, por Mykola Szoma

Convite

Ó, meu príncipe,
Onde estarás tu,
No teu cavalo branco?
(A lua nova
encanta já a tarde
e o coração esperançoso,
com suas janelas abertas,
recebe de novo a angústia
da juvenude).

Poderias apertar-me
ao teu ombro acolhedor?
E levar-me contigo
além dos espaços siderais,
Para que, como uma estrela
eu pudesse encontrar-me --
E todo o meu amor por ti.

Ao menos por um instante,
arranque-me da terra
para que eu possa -- feito
Uma menina -- na ilusão,
Em uma nave navegando,
Iniciar, de novo,
A minha caminhada...

Buscando a grinalda,
o coração arde e padece:
Tingiu de infâmia a fantasia.
Terei coragem e resistência,
meu príncipe, partir contigo?

Assim diz o Senhor

Porque não és gélido
nem quente; Vomitar-te-ei
da minha boca...

Não deixarei que tu sentes
ao meu lado
Nem que tu comas
da minha comida;

Porque tu és indifernte
eu não te conheço,
Jamais contigo
-- por pouco que seja,
partilharei o meu tempo!

Porque tu és indiferente:
covarde, inseguro,
No livro da Vida,
O teu nome não assentarei!

Lançar-te-ei ao fogo eterno
-- o fogo inextingível;
Pela eternidade toda, de ti
Jamais eu lembrarei!

Assim disse o Senhor
dos exércitos...

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ela é tia

Ela é tia...
Mas é de maresia
a sua freguesia.

Navega pelos mares secos
procurando -- Vê se acha
algumas gotas de
tempestade... Diz:
"quero montar uma
sinfônica jornada
de sons felizes -- que sejam
uma compacta sinfonia..." É!
Assim ela, que é tia, dizia.
-- Ela é tia,
do mar sem águas,
O que restou da própria maresia.

Ela é tia
esparrama gotas
de acri-doce sabor,
dos respingos das ondas
já desonduladas,
dos secos mares;
Em outros tempos:
navegados por sonhadores
-- Eram senhores
das idéias dos outros:
seus fieis e devedores.
Navegadores não eram,
Também não eram preletores
-- Nos mares turbulentos navegavam
e diziam que tesouros buscavam,
Além dos horizontes; nunca achavam.
Histórias de tufões,
ao som de maresias silentes,
narravam. Todos acreditavam!
Eram eles navegantes.
Errantes...
Farsantes...
Interessantes...
Contavam histórias de maresias
dos mares de águas salgadas --
Hoje são rios apenas:
Susbsistem, graças às tias de maresias
-- resquícios, nos mares secos,
de que eram corpos aquosos de antes.

domingo, 29 de setembro de 2013

A portada da janela

Je bous d'impatience,
ça ne va plus très bien
-- Na portada da janela
De coruja, ouço bicadas
É a Coruja de Minerva
que, por razões ignotas
Transferir quer
-- lá de Atenas
Para a distante China,
da sua mãe os olhos...

O tempo surpreendeu-a
com uma neblina; Então
ela pediu um conselho,
Na portada simples
da minha janela.

Respondi-lhe:
Siga firme,
Que a China é bela...

De agora em diante --
É conselheira para todos,
A portada da minha janela!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Uma coruja

Uma coruja pousou
no parapeito da janela
-- Um peitoril da vida
do observador atento;
Que busca encontar,
entre os escombros,
o mito existencial.
O mito de todos nós --
de qualquer jeito...

Por entre os dedos
-- dos seus espaços,
Peneira fatos
como lhe aprouver...
Sem dar satisfação
a quem a peça;
Transmuda caos
em harmonia de sons
de uma sinfonia
germânica qualquer.

Uma coruja pousou
no parapeito da janela.
Ouviu acordes desses sons
-- gostou!..
Cantar não soube, mas
Sugeriu uma fermata,
com suspensão do tempo;
E o compasso, enfim,
a todos agradou...
É a coruja regendo
a partitura --
Aquela que o Colombo,
em seu quarteto,
com maestria espanhola,
solenemente "desenhou"!

A coruja pousou
no parapeito da janela
E, ao sabor do seu desjo,
o mundo todo mudou!..

A Bibliotecária

Dos livros amiga,
Jornais e revistas
São o seu passatempo.

Artigos de fundo
-- da vida os rabiscos,
São os petiscos da sua
Enfurnada, alegre e
Plena de vida mental
-- terrenal existência.

Seus ais são movidos
por exógenos atos
de cronistas sabidos.

Retratos dos outros
que, sem o saberem,
foram adscritos:
Nas páginas brancas,
formando colunas de letras
-- com sabores deliciosos
das marmitas dos papitos.

Fecundas idéias
Sempre são novas estréias!
Abrem umbigo de amigas visões
-- banais e candentes,
Transportam aos astros fatais
Que longe navegam
dos nossos quintais.

Bibliotecária, amiga de livros
Reflete pensares a esmo
E constroi o seu ser unitário
-- emerso de si mesmo.
Assim é a Bibliotecária.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Na fumaça

Queimando os dias
na fumaça de um cigarro.
A sua vida se destrói
-- por nada. A fumaça
que, Apenas em pensamentos,
Dilui todos os sonhos seus.

Fumaça dos sonhos.
Fumaça dos olhos dela.
Da vida -- uma fumaça.

Abraça os dois, enlaça
a esperança nos restos
da fumaça. Deixa nada,
para depois -- para
nenhum dos dois.

Fumaça antes dos encontros.
Restos de fumaça depois.
Na dor do cérebro,
-- por cinzas apagado...
Nada mais resta
que a fumaça,
Um vazio buscando
os encontros insanos
dos dois!

Queimando os dias
na fumaça de um cigarro.
E depois?!.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Sonhador ausente

De segunda a sexta,
Aos sábados e aos domingos,
Mesmo nos dias de feriados;
A qualquer hora do dia
-- pela manhã,
-- à tarde,
-- durante a noite;
Tu esempre estás presente.
Na vida de infortúnio,
do infortunado sonhador,
Que se ausentou do mundo
Para viver ausente,
De todos e de si...

Apenas tu estás presente!
Embora não estando junto,
A vida dele destruiste,
Fazendo dele um robô
-- apenas um vivente:
Escondes nele tu
-- um teu joguete apenas...
Dos teus insípidos desejos,
a fonte de paixão perversa.

Adversa dele és tu;
De ti adverso é ele...
Unidos pela insipidez da vida,
Perderam ambos a noção do belo
-- Juntaram as suas anomalias,
Pensando em construir o começar;
Porém traçaram -- e somente,
o fim da estrada. Ali na frente:
Há uma placa -- "É bom parar!.."

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Justiça injusta

De Rui Barbosa
A mortalha trepidou
-- Mais uma vez
A justiça, de modo injusto,
Pela justiça própria,
Auto-imposta se escamoteou!

Depois de cisalhar
As ímprobas asas,
De novo as restaurou...

Em nome da justiça mesma,
Uma injustiça outra perpetrou!
De Rui Barbosa
A mortalha,
Corada de tanto pejo,
De novo trepidou.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Clicando o teclado

A qualquer dia da semana --
Pouco importa o número no mes,
Estás clicando o teclado --
Entre o Cirílico moderno e,
o do Camões -- o Português.

Do sol raiar
Até da lua
um feixe de raios
a crosta da Terra encobrir;
Estarás sempre clicando,
Como se quisesse
-- da estrada, em que pisas,
restos de poeira recolher...

Ungido te sentes.
No trabalho constante --
competir com a deusa Atena,
Terás encontrado
-- no monte Olimpo,
A tua morada perene!

Serás um, junto aos Doze.
Panteão levará o teu nome!
Falarás como a chuva,
ao sabor dos trovões.
Tempestade serás
-- como um raio de fúria.
Voarás como águia,
batendo as asas na Lua...

Da Hera farás a mensagem.
Para os homens darás o recado:
"Basta de atos hediondos!
Chegou ao final da história, a
ação dos segredos de Posêidon"!

Farás da Ártemis uma letrada,
De Apolo, uma noite enluarada e
Cravarás a flecha do amor
No coração da gente desesperada.
A qualquer dia da semana --
Não importa o número no mes,
Terás no monte Olimpo
A tua perene morada!

Aérea pista

Tu és um ascensorista
Manobras, como ningém,
as pistas de ascensão:
Aos picos monumentais,
Dos que buscam
Encontrar uma melhor,
aérea e segura vista.
Dizem ser aquela
uma -- de pouso,
aeropista.

São escaladores
De pedreiras
artificiais: Edifícios,
esconderijos de
humanos sem coração...
Depois de séculos,
perderam de si a noção!
Construiram mausoleus e
neles, dizem
Terem encontrado: a sua
total proteção...
-- Do que?
Também, não têm noção!

São anos de experiência.
Vivência robusta
De extrema paciência
Nutriu a soberba
da tua existência!..
Tu és tudo... Também
És tu nada, não!

Com asas de ferro
-- um condor astuto,
Feriu o teu peito hirsuto!

No reino do norte --
De Aquíleo porte.
Tiveste a sorte
De Morpho helenor Peleides:
Da guarda de Aquiles,
Dos jardins do Achilleion,
Passaste por sobre a morte!

És tu manobrista
das escaladas
de grande ascensão.

Перетинок між нами

Між мною й тобою
стоїть перетинок:
Листівки вітряні,
рознесені співом,
весняних громів.
Похожі на брижі
зелених лісів.
Яжбо так думав,
бо так я й хотів!

Від сходу на захід

Ти дома мандруєш
-- степами країни
в якій народився;

А я на чужині
-- мандрую стежками
другого народу,
що має свободу та ж
не знає про мене
й незнає мене...

Ось така наша доля:
Перетинок між нами.
Ти там, а я тут.
Для весняної брижі,
довірно не значно
-- таким є,
усе те що для нас
перетинком стає!..

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Armagedon

Eu vi uma pedra rolando
A pedra rolava, rolava:
Parecia caindo dos ceus
-- Da altura do espaço:
despencava do nada,
do etéreo fosco vazio.
Uma bola enorme de fogo
-- Era uma pedra:
Caia, rolando do espaço.

Alguns reis também viram
a pedra caindo.
Junto a Megido lutaram.
Da Sísera ouro queriam;
Mas despojo nenhum, nem
mesmo a prata levaram.

Proclamas se façam:
Dos tempos a guerra
-- a mais esperada,
Chegou!.. Guerreiros!
Vos espera a batalha,
do tipo que a Terra
-- a nossa,
jamais enfrentou...
Derretam-se os arrados;
Forjem-se as espadas,
Depressa, de foices,
se façam as lanças.

Nações levantem-se,
Reunam-se ali --
Armagedon espera!..
O vale de Josafá será a
Sua última quimera...
Ali toneis transbordam
licores de sabor de uva.
Bebam em festa triunfal,
O fim da nossa era!..

Eu vi uma pedra rolando.
Era uma pedra Armagedon.
Nela estava gravado:
"Esta é o ponto final
de toda e qualquer
imaginável quimera".

Não se deve desanimar

Nem sempre se perde
o que se tem por perdido.
Batalha nenhuma e
muito menos
uma esperança.
Esta sempre se alcança!..

Uma esperança tombada,
nas lombadas da estrada,
poderá ser reerguida se
-- depois de aplainada,
a lombada for suprimida.

Nem sempre uma batalha --
que se diz já estar perdida,
poderá ser esquecida!
A vitória poderá, sim:
Ainda que reconstruida,
ter sabor e ser sentida!..

Não há trava permanente
que aguente a força ingente.
Mesmo um pequeno sabiá,
da gaiola jorra o seu canto,
que perturba o sono santo --
de quem o trancafiou lá...

Jamais se rouba uma esperança.
Nem se esquece uma batalha
que tem ares de vitória...
É uma glória de atrevido
estar sempre precavido
de sua visão notótria:
Aplainar lombadas e
vencer guerras que
possam nem ter
cara de vitória.

Бурі літають

Розсипані бурі,
по світу літають.
Як порох маленький
вітри їх розносять --
Усюди: від хати до хати...
Від самої найбіднішої,
аж до найбагатішої палати.
Нема як і думать, про них;
А тим більше щось повідати
-- Поводитись як з ними?..
Як їх недоціль розпізнати?
Сидіти спокійно, напевне
Не так і подібно! То що ж
"шити-прясти" суспільно?..
Аби їх подолати!

Я збудував хату високу,
Покрив її очеретом
-- з хамна та соломи...
Зібрав до неї всю рідню
Щоби спокійно проживати
Й дати місце тихому сну.

Мій сусід тоже так думав.
Купив собі човна "Лагуна"
Задумав плавати, як мога:
Від берега, аж до порога
-- другого краю, доплисти
Спокійно... Так, як мога!
Така була його дорога.

Рзсипані бурі по світу
На хату мою налетіли...
Покрили її кришу з соломи
-- мій спокій забрали:
Громи дощового типу,
Як стріли, мій дах очеретовий
Оглушливим тріском, підпалили.
А човен сусіда проплив недалеко
-- Від берега свого
Він ще очей не звернув.
У глибинах морської води
Як та риба, він себе сам позбув.

domingo, 25 de agosto de 2013

Penca de poemas traduzidos do ucraniano

Penca de poemas em ucraniano, publicados no site:
http://virchi.narod.ru/poeziya/zbirca.htm#osila
Tradução, do ucraniano, por Mykola Szoma
*
**
***

Voe, o meu canto, em forma de oração,
Voe até os ceus.
A minha amada que venha ao meu encontro
Para conversar comigo, tranquilamente, no bosque.
Lá no bosque ouve-se trovões,
Lá silencia o canto dos rouxinol,
Porque ele evoca a sua amada
-- em forma de oração, como eu...
V. Aleksandrov В. Александров (1825-1894)

Um Vilarejo

As vacas fazem orações ao sol,
Que espalha os seus raios pelos campos.
O álamo gracioso sempre cresce mais delgado,
Parece até que o arvoredo quer tornar-se pássaro.
Da carruagem desatrelam o luar.
Acima um ceu imenso e texturado.
O horizonte sem fim, coberto de ventania,
E na floresta, de azul enfumaçada,
Floresce crista de montanhas.
Das montanhas descem folhas caídas dos áceres.
O croche, e o galo, e o berço.
Derrama-se o dia sobre o vale,
Como se fosse o leite fresco numa tigela.
B. I. Antonych Б.-І. Антонич (1909-1937)

Oh! Não foi uma rosa que ontem eu encontrei,
Foi um punhado de um arbusto qualquer.
Embrulhado, num lençol de ventos eternos,
Como um ninho onde se esconder, por um dcesespero.

Mesmo hoje, alguma miragem
Poderá mostrar-te uma grande figa.
Poderás ver – diante do teu caminho,
uma montanha intransponível...
Então por que te mostras sorridente?
Ó, tolo!

Há risos diferentes que, de diferenciados,
Passaram a despresar-te completamente.
Já – de há muito, tu te tornaste um touro nauseabundo.
De onde, então, advém esse teu sorriso de bezerro?

Talvez alguma profundidade celestial tem te encantado.
Ou sâmaras de freixos fizeram-se amigas tuas...
Desvendar -- eu gostaria, que tipo insondável és tu?!.
Mas percebendo estou: Tu és um espertalhão astuto!
V. Berezinsky Березінський (1918—1988)

Ucrânia

Ela apoderou-se do meu subconsciente,
Assim que fecho, com a sombra, os meus olhos,
As suas dores se agarram à rede dos meus nervos
E fazem germinar, nas suas nervuras, brotos.
As suas lágrimas corroem as minhas individualidades,
As suas feridas traspassam as profundezas do meu corpo,
As suas alegrias locupletam todos os meus desejos
B. Boychuk Б. Бойчук (1927-?)

Uma canção Caucasiana

… Seja eternamente indomável e viva 'ad aeternum',
Seja uma fonte, permanente e inesgotável,
de um fluxo – de dias, exuberante.
As suas palavras floresçam como um leque de línguas mil:
– Ó, Rússia! Proclame a liberdade a todos os povos!
I. Demchenko І. Демченко

Eu tenho as minhas mãos geladas,
Já as tuas, são tão quentes como a brasa, –
Porém, os corações nossos são iguais.
Sentem as mesmas dores, as mesmas tristezas
E as penas iguais, torturam os seus ais...

Tu dizes estar – com uma banquisa no peito
Tomando o lugar que teria de ser o de um coração.
Ó, seria possível, achar algum jeito de –
Aquele enorme pedaço de gelo, aquecer e derreter?!

Muitas vezes tu gemes, então eu sorrio.
Tu zombas de mim – eu me ponho a chorar.
Tristeza me abraça, quando tu te alivias
E tu queres falar sem parar – eu me faço calar.

Diferentes nós somos – não podemos unir-nos.
Uma penca enorme de idéias e de perguntas,
Não perimte nós aproximarmo-nos – por ora.
Vai crescendo, ainda mais, a erva-daninha
do nosso incompatível vocabulário...

Tu sempre pedes meus conselhos,
Todavia, pouco caso fazes de mim.
Porém, nem mesmo tu sabes,
Que milagres mirabolantes aprontas por aí.

Como em longas noites sem sono
Em sofrimentos reviras-te, à espera da manhã –
Noites estas que, para mim, são tranquilas,
E durante as quais eu repasso os teus pensamentos!

Os teus solitários gemidos,
São dos teus pensamentos tristonhos.
São os que navegam nas ondas do meu coração
E ali se transformam em canções da minha solidão.

Assim é o canto de todo pastor de ovelhas –
Se prolonga ao longo dos pastos de todos os campos,
Que se torna mais rico – ampliando-se em seus ecos.
Apenas um eco será. O eco daquela floresta.
D. Chaika Д. Чайка (1861 - 1927)

Onde, talvez está a verdadeira Ucrânia

Ao pé da montanha
toda de argila
Uma estrada esbranquiçada.
E habitações.
De um lado para outro, pessoas andam
Os descendentes das glórias e dos silêncios.
Os descendentes das glórias e das desilusões,
Da profanação, e das descrenças.
E das ilusões...
A estrada conduz até aos ceus cinzentos –
Desenrolando-se como se fosse um rolo de pergaminho.
Balança, ao som dos ventos, a entidade
E caem as estrelas –
Tudo ali,
Para onde, por certo,
Estará a verdadeira Ucrânia,
Para onde andar-se-á
não por um
nem por dois dias...
O. Kovalevsky О. Ковалевський (1840-1901)

Eram dias – também sabia eu
De tempos alegres, de juventude;
Eram dias – também gostava eu
De olhar os olhos claros dela.

Eram dias – não uma vez, também eu
Por longas horas, passava noites de insônia,
Não uma vez, as lágrimas enchiam os meus olhos!
A causa era simples: O canto meigo das meninas.

Eram dias, nos quais o sangue meu
– tal como as ondas de um mar agitado,
no peito meu, se alvoroçavam,
Eram dias – também amor eu conhecia,
Eram dias – nos quais também me amavam!..

Agora, não mais assim. Tempos são outros,
Amores diferentes agora proliferam;
São tempos novos... Para o mundo
– da liberdade e de atos da bondade
Com tudo que há em mim, me cativaram...
O. Konysky О. Кониський (1836-1900)

Pátria minha! Por ti jamais terei medo
Em aceitar os maiores dissabores –
Porque todo o infortúnio, a desgraça, a tristeza
Para mim, serão apenas um rosário de alegrias...

Nada são os ferimentos da alma e do corpo,
Acompanhados de angústias e de sangue:
Eu sei e o meu coração sente
que todas as dores podem ser curadas pelo amor.
A. Krymsky А. Кримський (1871-1942)

(Poeta russo, nascido em Moscou):

Quando se agita, ao som do vento, o trigal dourado,
E quando o bosque ramalha as baladas das ventanias,
E no pomar amadurecem os frutos vermelho carmesim
– por entre as sombras das folhas verdes e robustas;

Quando pelo orvalho encobertos, em forma de um colar
Nas tardes avermelhadas ou pelas manhãs iluminadas
Na relva, de sob os arbustos, uma flor-de-lis
Respeitosamente apresenta-se para mim;

Quando um riacho borbulha, em sua taça de verde vale,
Enebriando a mente minha de raros pensamentos felizes,
Sussurrando-me palavras repletas de caras fantasias,
Mostrando-me a pátria tranquila... Na qual ele nasceu,

Então, a insegurança ausenta-se da minha alma,
Todas as rugas, da minha face, se dispersam,
Eu começo sentir uma possível felicidade na terra,
E então, eu começo ver a Deus que está lá nos ceus...
(1837)
M. Lermontov М.Лермонтов (1814-1841)

Até a raiz, tudo – dos pés à cabeça
Levaram de nós até os nossos amigos.
Somente aqui e ali --
Em algum canto da Ucrânia,
Ainda fumegando encontra-se
da brasa o calor (envolto em cinzas)
queimando os corações...

Vulcão adormeceu. Os maus vizinhos
encontro marcaram em tempo incerto
– Querem as pedreiras dinamitar
com o intuito de nem o sinal deixar
de que um dia existiu uma montanha.
A meta é os vestígios dela apagar!

Para mim, implementam-se as cadeias,
Levantam-se os mausoleus, hermitages
Recolhe-se ali – não intestinos, mas
grumos de sangue... – Eu vi!..
As lajes ali não de márome são
– São nossas mentes guardadas ali!..

Que dinamitem mais e mais!
Tempos virão, quando nós exalaremos:
“Não mexam!..” – A montanha é nossa!
E num sussurro coletivo, este vulcão
(ainda adormecido) irromperá a brasa
ardente e colorida, em nossas almas.
V. Marsiuk В. Марсюк (1938-?)

Tu abdicaste da língua pátria.
A terra abdicará de produzir frutos para ti.
O verde galho do epilóbio -- do extenso vale,
Completamente murchará, quando tocares nele tu!

Tu abdicaste da língua pátria.
Profanção se espalhará pelos caminhos teus...
Sobre a cabeça tua, cairá
– como se um iceberg fosse:
Volume enorme de tristezas.
Ninguém jamais as compartilhará contigo.

Tu abdicaste da língua pátria.
Não tens mais nem origens, nem um povo.
Respeito, a estranhos, pedirás à toa, –
Receberás um riso de despreso – Descaso!

Tu abdicaste da língua pátria.
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Epilóbio --
é uma planta medicinal соm efeito sobre а próstata,
indicada роr exemplo, еm caso dе hiperplasia
benigna dа próstata.
D. Pavlychko Д. Павличко (1929-?)

Eu sei – transformarão espadas em arados.
A terra será completamente produtiva – toda ela.
Apenas uma chave haverá
Que poderá abrir o fundo de todos os corações.

Eu sei...
Assim será:
Em forma de trigo, o sangue nascerá:
E todos provarão que gosto tem
O verdadeiro amor.
Eu creio,
Sim.
Ye. Pluzhnyk Є. Плужник (1898-1936)

Como tu és linda!
Pareces ser uma primavera!
És como uma flor fantástica,
ou como uma estrela celeste!

Pareces um feixe de raios lunares,
ou mais – és um sol divino!
Penetre o teu olhar no fundo da minha álma
que já está transbordando de ti;
Com a tua beleza
tu pintaste o mundo todo para mim.

O meu amor por ti, não tem limites!
Ninguém jamais, no mundo, amou alguém assim!
Jamais te trairei, até o fim dos tempos!
Será possível, a um homem, entregar-se à mentira?
Será possível deixar de ouvir aquela voz tocante, --
de palavras calorosas?
Será posível não ouvir a vibração daqueles lábios úmidos?
Claro! Quem deixaria de prestar atenção ao marulhar
que parece ter vindo do agito dos mares celestiais!?.

Por isso, não me dou ao trabalho --
de prestar atenção
aos murmúrios das calúnias de línguas infames!..
O. Pchilka О. Пчілка (1849-1930)

Pela graça de Deus

Livro-me das pedras da minha alma sofrida –
Como uma estrela, a minha alma brilhará.
Pela vontade do destino, segundo a graça de Deus –
Ucraniano sou... Eu sou Ucraniano!
Do alto dos ceus descerei como estrela
Como pervinca tornarei-me perene:
– Sonharei um sonho eterno...
Para jamais me ver distante da Ucrânia,
misturarei-me com as malvas
debaixo da janela da mamãe.

O horizonte, que se diverte com as espigas da vida,
E rola as glórias, como se fossem uma fumaça de mel.
O velho Taras, com a sua voz abençoada,
Dirá sempre uma palavra aos mortos e aos vivos.
Vergam os ventos
– como se fosse um choupo ou salgueiro,
o nosso destino.
Ao mesmo tempo em que
os raios do sol apagam as sombras do sofrimento.
Por trás dos milenares infortúnios
Nós estivemos sempre e para sempre estaremos!
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Pervinca ou vinca --
é uma planta herbácea perene, comum na Europa Central
e Meridional. Cresce bem em florestas, formando lindos
tapetes verdes …
Malva --
é uma planta medicinal com várias aplicações terapêuticas.
Taras --
Referência ao maior poeta ucraniano (1814-1861)
V. Romaniuk В. Романюк (1910-1993)

Passam os dias, passam as noites,
Apenas eu, como um perst, vivo e só,
Porém, o coração treme, deseja algo,
Pavor infunde à relva amanhecida...
Imaginei-te para mim.
Quando encontrar-te,
– levantarei os olhos meus,
Em ti verei um ceu:
Só feito para mim.
Os impecilhos todos, não me apareçam!
Sem dúvidas, sem hesitações
– sem mais explicações:
O trem eu tomarei, ainda andando,
Tu me darás perdão
– ao brado meu “Eu te amo!”
Eu te encontrarei sempre,
Seja lá por onde andares tu.
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Perst --
Antiga expressão, entre os eslavos, enfatisando-se
uma existência única e “solitária” – tal como um dedo
na expressão “dedo de Deus”
Ya. Sachko Я. Сачко (1947-?)

Ó, não! De mim não riais, --
Não por vós que eu amo a minha pátria!
Não por vós que eu derramo essas lágrimas tristes,
Mas ninguém as encherga, durante as noites de insônia,
Quando -- em meus pensamentos, eu vejo a minha Ucrânia.

Ó, não! Não perturbem a minha Ucrânia!
Que ela esteja -- segundo o vosso olhar, dormente ainda.
Perguntai-nos vós -- ainda:
'Por que tantos sofrimentos, discórdias e dissensões?..'
Não mexei -- vos peço eu, com a honra da minha Ucrânia:
Ela é a única satisfação e alegria minha!

Será possível vós entenderdes,
O quanto eu amo a minha pátria?
E digo mais: Não existisse ela,
porque haveria eu de viver?..
Mas... porque, para nós pobres,
a respeito disso falar...
Apenas uma pergunta, a todos, farei --
Poderieis vós a vossa mãe não amar?
P. Tychyna П. Тичина (1891-1967)

Uma tarde no campo

Deitado sobre a relva... A tarde pensativa sobre mim
Parece saber de algo -- querendo um segredo esconder,
Os ventos falam com as velhas tumbas dos deconhecidos
Fazem perguntas sobre os tempos idos
e sobre as glórias dos que estão ali escondidos.

E mais além, pelos vales verdejantes, a noite transitava;
Para além do horizonte, numa vidraça de luz esmaecida --
Por entre os ramos de salgueiros, um branco lago reluzia
De lá, um sopro de fragrâncias, pelos espaços se espargia.

Junto ao lago, daquele vale inebriante, tranquilamente --
Sua comida um pastor prepara... Uma nuvem leve de vapores
-- talvez fumaça, ou neblina?.. A vida assim é deliciosa,
Pastar rebanho e abrir os olhos: Do ceu o oceano avistar!

De longe, um som ecoa de alguma triste melodia, --
Cortando a sombra da noite, parecendo uma corda de prata.
Uma pausa silêncio pediu... Era a lua pedindo a passagem
Que, por entre os salgueiros, silenciosamente surgiu.

E que canto era aquele, que perturbou o silêncio da tarde?
Seria uma alma vagante e sofredora: Procurando a paz?
Não sei, não... Até hoje aquele canto ecoa -- soluço será?
Pode ser dentro da minha própria alma, ou também
Pelos espaços do verdejante vale. Será?..
S. Cherkasenko С. Черкасенко (1876-1940)

Os Deuses não moram em templos vazios.
E nossas almas - não sentem alegrias ali.
Os estandartes murmuram sem sentimentos
A respeito do que os homens veneram mais.

Em templos vazios, as vozes são silentes:
Refletindo só a tristeza da consternação,
Que Deus bondoso derrame-nos a salvação:
Não permita-nos viver o dia de finados...
Perdoa-nos, por vivermos em mentiras --
A Ti chegamos, como vizinhos, em visita.
Não temos orações sábias, não aprendemos
No mundo as nossas vidas são simplórias.

Parece que as desventuras nos deixaram,
Não precisamos mais daquela fé abstrata.
Melhor -- talvez, de tudo reclamarmos,
Que admitirmos a pobreza dos pensamentos.

O vento passou pelas janelas quebradas --
Amplificou o volume pelos vales distantes.
Ó, meu Deus! Perdoa-me Tu a minha guerra:
Aquela que eu pensei a respeito de outros.
H. Chubach Г. Чубач (1941-?)

Aos ucranianos
(Poeta russo, nascido em Moscou.
Gostava da Ucrânia e dos ucranianos
)

Eu pergunto a ti, a vós, aos homens e mulheres,
Eu pergunto aos livros, com minúcias leio cada página:
Onde estará aquele ano, aquela maldita semana e o dia,
Em que nós, os ucranianos, esquecemos que somos apenas
e somente somos os ucranianos?

E que temos a alma, repleta de virtudes e de generosidades,
E que temos pensamentos que, desde o Baida, nos perseguem,
E que nós somo ucranianos -- um verdadeiro povo ucraniano,
Não simplesmente uma população, tal como se diz em censos.

E que a bebida nossa -- está em canções,
não em barris de vinho.
E que a generosidade -- enche os nossos corações,
não simplesmente estocada nas prateleiras das vitrines.
E que nós temos a nossa lingua, e que ela é ucraniana,
que cobre a nossa pátria -- o território da Ucrânia.
Eu digo sempre para mim e para cada um de vós -- Fale!
Falemeos para todos, embora nós aprendemos a ficar calados!
Pergunte cada um a si: Desde quando -- a partir de quando,
os ucranianos começaram a não lembrar-se mais de si em si?

Também, perguntemo-nos de como nós começamos o nosso existir,
Em que condições de conhecimento derrotariamos as fraquezas,
Por que, mais doce do que o próprio mel, tornou-se nos
a fumaça do esquecimento do nosso idioma, das nossas canções,
de todas as fontes, de todos os caminhos desde o nosso começo.

Meus ucranianos! Somos nós ucranianos, ou não?
Será que vivermos -- a morte, em tumbas
a nossa má sorte foi decretada?
Também levaremos às tumbas conosco a nossa desgraça,
que em nós incutiu -- na nossa quietude, as idéias nefastas
de sermos apenas um seu "menor irmão"?

Meus ucranianos! Dizem-me assim as próprias palavras...
Tenho certeza que elas não são agradáveis, também para vós.
Todavia, devo dizer-vos, pois o meu coração,
como se fosse uma vela -- derrete-se sempre,
quando vejo os ucranianos desprezando-se a si próprios.
Cheguei até a pensar: "Pois que seja assim?.. Paciência!"
Mas ainda tenho a vontade de perguntar-vos, ucranianos:
Por que Shevchenko teria ido forçado às estepes de Orsk?
Foi por quem que ele teve de esconder as suas dores
sob o tacaão das pesadas botas militares?

Será possível, que a nossa estrela cadente se fará,
E que a brasa -- da ucrainidade, em cinzas se tornará,
Porquanto nós sentimo-nos ainda, como
escombros do incênio da sorte e da estrela do Kobzar
-- Ainda hoje nós nos sentimos como khokholy!?

Ucranianos meus! Que Deus nos dê forças e felicidade...
Podemos viver também como khokhly. -- Mas nem por isso,
o pão azedará. Somente Aquele, Quem pode descer os ceus
-- até as vossas tumbas, poderia desrespeitar a Ucrânia.
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Referência a Dmitri Ivanovich Vishnivetsky (1517-1564)
Um dos destacados Príncipes ucranianos da sua época
Orsk --
Referência à Fortalez de Orsk
Shevtchenko foi enviado à prisão em São Petersburgo,
e depois mandado para o exílio na base militar russa de
Orsk, perto da cidade de Oremburgo, junto aos montes Urais.
Kobzar --
Obra poética de Taras H. Shevchenko
Khokhly --
Designação russa do povo ucraniano, significando um povo
rude em seus costumes e tradições (seria um "irmão menor")
V. Baranov В. Баранов (1934-?)

Canção do Gonta
(Segundo os cantares de Taras Shevchenko)

Ó fizeram festa de cerveja
-- os lyakhy
Ninguém veio para bebe-la.
Ei, dominaram a Ucrânia,
Não há onde mais viver.

Ó fermentaram mel com água
-- os lyakhy
Mas a bebida não espumou.
Ei, dominaram a Ucrânia
Nem mesmo a respeitaram.

Ó, vós -- lyakhy de fé pouca
Basta! Não mais ireis nos dominar!
Ei, vem-vindo ali o Gonta
Logo tereis de o enfrentar...
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Gonta --
Ivan Gonta, Centurião dos cossacos.
Em 1768 comandou a rebelião contra os magnatas poloneses.
lyakhy --
Designação "pejorativa" que os cossacos ucranianos davam
aos nobres poloneses

*
**
***
F I M da penca de poemas
Ler mais: http://mykszoma.webnode.com.br/