Pelas inter-galácticas viagens
varrendo os espaços siderais,
numa nave p-m-21 navegando,
quisera eu sentir saudades --
como as sentiam os humanos,
antes daqueles dias fatais.
Nas cálidas noites do periélio,
quando a nave do Sol se achegasse,
quisera eu sentir, em meu peito,
um calor de milhares de graus...
Um calor tão ardente, que eu fosse,
qual restos de cinzas, pelos espaços,
sumindo, sumindo, sumindo!..
Os meus sonhos fantasiados
de idéias loucas, qual frangalhos,
estraçalhados fossem e esparsos,
pelos ares virassem fumaça...
Porém, depois que a invernada aportasse,
quando a nave no afélio já estivesse,
quisera eu reaver os meus pensamentos,
para transportá-los sãos -- sem ferimentos,
à massa cinzenta daquela que eu amasse...
Lá, onde residem os seus sentimentos,
através de faixas de ondas infra-verdes,
do seu corpo, vencendo as densas camadas,
como se um puro cristal fossem, para
no seu peito de amor ressonassem!..
Então setaria o vôo da nave p-m-21,
que da terra destino apontasse e,
sidéreos hiperespaços vencendo,
a seus braços saudosos chegasse.
Assim eu quisera --
que o meu árido peito,
para sempre
no peito seu,
novamente,
se desintegrasse.
11/14/2008
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