Um conselho imaginário para
uma amiga da minha mulher:
Disse-me ela
-- a singela...
Tristonha, abatida,
que o dia de hoje
lhe é enfadonho;
que ela se sente
sentida frustrada,
como que mergulhada
num sonho medonho
de um pesadelo atroz.
O rosto metido em prantos,
dos seus olhos brotavam rios
-- não de encantos, mas de
mágoas... A sua alma enlutando.
"É que hoje -- dizia,
por mais incrivel que parecer possa,
com todo o charme da juventude --
da formosura e dos seios de linhas
suaves (macias), do corpo violado,
sinto-me só num mundo isolado".
Cantando cantigas de amor,
cantava-lhe eu os meus cantos
que se refletiam no rosto pequeno
dos seus enormes prantos. Que,
secados pelos cabelos castanhos,
balouçados ao vento, prendiam-se
aos seus só, exclusivos encantos!
Eu lhe cantava de amor,
no derramar dos seus prantos!..
Ela chorava gemidos,
soluçava pesares e
me disse, depois,
por entre olhares:
"... me sinto acabada
perdida no espaço...
Minh'alma enlutada
não mais tem razão
de querer!..
Perdi meus encantos,
prostrei-me aos prantos
só p'ra longe dele não viver!"
Assim, esvaiu-se mais um sonho.
Um encanto sublime se perdeu para sempre.
Uma frágil pétala rósea se emuecheceu...
Uma voz distante, então, lhe respondeu:
"... mesmo assim, a vida é linda!
Vale a pena penar e sofrer.
Haverá outros sorrisos.. Por que morrer?
Outros encantos, de outros amores,
por certo haverão de nascer!.."
11/05/2008
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