A minha morada é toda diáfana.
Mas não!.. Ela não é de cristal.
É a morada dos meus sentimentos
-- espelho mágico do meu ideal.
Nela repouso os meus devaneios.
Nela sinto-me assaz reconfortado,
quando penetro em seu interior...
A minha morada, é um lar amado.
As suas portas e as suas janelas
são portas e janelas de amor...
Abertos a todos -- só amigos veros
que queiram um pouco de calor!..
A minha morada é simples e bela
-- parce gaivotas plainando no ar.
Flutua, flutua, flutua, qual brisa
-- compassos de tango a bailar!..
Nas tardes cinzentas, cansadas,
quando o sol já se põe a deitar,
a minha morada navega nos ares
à espreita dos raios de luar!..
A minha morada é simples. É palhoça.
Não tem formas visuais... Não é real...
Não tem paredes para enclausurar-me;
é livre como livres são os sentimentos
que me fazem estas linhas versejar!..
A minha casa é toda diferente
-- jamais alguém vai consegui-la esboçar.
Ela consigo própria se parece;
porém, de longe eu a reconheço.
Abro a porta -- consigo nela adentar!..
É nela que eu me recolho,
nos dias sombrios da vida,
para me reconfortar.
A minha casa sou eu mesmo e,
eu próprio, sou o meu lar!
11/14/2008
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