Dr. Marcel era o seu nome.
Era doutor e de renome...
E, dentre muitos, era mais um.
Jogava bola. Corria raia...
Também, gostava de uma praia.
O forte seu, era palavra sua.
Não bem aquela que edifica
-- em certos casos, desmistifica
quem quer mostrar-se bom ator.
Mas, era bom de natureza.
Dr. Marcel era santa beleza
-- lições pregava e confortava.
Doou um piano, um som decano
e, até, milagres fez -- prestou
socorro de medicina. Era o seu foro!
Guando prelecionava, empacotava,
em seu discurso, a qualquer um...
E predicava como nenhum.
Os seus exemplos embasbacavam
-- atônitos deixavam a todos.
Eu vou contar-lhes apenas um.
P'ra dizer que a escrita não é bendita
só porque impressa num papel...
-- Ela é palavra viva. E é um tropel!
Lançou ao chão o Livro impresso
e a sala estremeceu. E, verdade!..
Caiu o Livro inerte. Nada aconteceu!
Da galeria dos distraidos --
da grei dos comungantes obliterados,
Dr. Marcel deixou saudades. Mais um.
10/04/2008
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