segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Os anos consumidos

Consumida pelos anos,
no embalo das carícias
de amor pagão profano,
a sua vida dissoluta --
numa taça inebriante,
qual gazela ofegante, ela,
prazerosamente estraçalhou.

Vive, hoje, abandonada.
Apenas lembranças --
de vaga memória
das últimas noites suas,
leve tépidas ainda;
mas, já quase frias,
resplandecem ao luar...

Consumida pela vida.
Sem amigos, sem afeto.
Sem consolo, amargurada,
em desdoiro chora!..
O vídeo-tape, do passado,
os seus últimos dias
quão áspide aflige e desola.

O passado deslumbrante
-- repleto de sonhos,
nos braços envolto,
das noites luzidias,
na bruma dos ventos,
com luxo de pompa,
nunca mais... Jamais volverá!

Ao som de um batuque,
de um toque de samba
-- hoje, só um triste evocar,
jamais soará a canção predileta
para fazê-la às nuvens voar.
Dos dias perdidos p'ra sempre
jamais haverá um retornar!

10/20/2008

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