sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A justiça, por fim se fez

Das fúrias infernais, rangendo os dentes,
ouço o clamor de gentes minhas conhecidas
-- eram famosos por seus requintes de sabores.
Viviam opulentos. Desconheciam os menores!

Da lei senhores fortes, se diziam eles...
Desconheciam da justiça os princípios
-- em seu favor, todos os outros existiam.
Sua palavra era ordem! Em si se compraziam.

Mas, como todos os momentos são passageiros
e têm seu fim prescrito; o deles aportou...
E, ao findar a longa e opulenta caminhada,
cada qual deles, frente à justiça se prostrou!..

Os atos seus foram pesados pela balança
-- inconsistentes e sem peso se mostraram.
Quanto menos um tal dilema eles imaginavam,
mais fracos seus recursos térreos se mostravam.

Do grande juri cósmico, então, ouviu-se
a decisão final! Foi a sentença proferida:
"quem pela balança não passasse, devido a leveza,
jogado teria de ser à dos infernos profundeza...

Ao tribunal de outra instância, oh! -- apelação não há!.
Quem foi, pela instância prima condenado, jamais e
nunca mais, seria indultado. Para sempre e sempre
em fogo árduo de 'esquecimento' seria execrado.

Assim findou a opulenta e torpe caminhada
dos que senhores do universo se sentiam;
mas que plantaram, ao longo da existência sua,
prantos e lágrimas dos que lhes se submetiam.

Da terra as honrarias e seus requintes
valeram nada, na grande balança da justiça.
Todos foram condenados. Todos reclusos
em seus próprios cativeiros sucumbiram!..

Os cantos seus, de outrora, são prantos doloridos.
No ranger de dentes, procuram sufocar a sua dor
e, no clamor desesperado, buscam alívio ao pavor.
Na própria carne sentem o suor do desamor!..

Das fúrias infernais, rangendo os seus dentes,
ouço o clamor de gentes minhas conhecidas
-- eram famosos por seus requintes de sabores.
Viviam opulentos. Desconheciam os menores!

01/23/2009

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