Quero domar a realidade!
Submetê-la aos caprichos meus,
nas estâncias de uma recriação.
Quero sentir a magnitude infinita
do cosmo flutuando nas minhas mãos;
e, no meu cérebro burbulhando
como se água fosse, em ebulição.
Quero sentir o navegar dos astros
da via-láctea em expansão...
Dos astronautas, perdidos no espaço,
quero ouvir gemidos de desespero e,
das velozes naves, nas antenas hiperbólicas,
quero ver a reflexão dos raios -- trazendo:
imagens de longes eras, perdidas no tempo...
Outrora perdidas
-- agora desenterradas.
Quero sentir,
quero ouvir,
quero ver
do universo einsteniano a curva negativa
que sobre si se dobra e se desdobra --
pulsando qual coração gigante,
dilatando-se se dilatando
nos limites do infinito!
Quero na equação de um poema
retratar a emoção
do leitoso caminho
da via-láctea em evolução.
Quero domar a realidade!
Quero senti-la no seu processo inercial
da constante degradação,
continuamente se transformando
-- ora implodindo, ora explodindo,
em formas novas de auto-recriação.
Quero submetê-la aos meus caprichos
nos versos de um simples poema.
Ou, na forma melódica de uma canção!
Desvendar quero os segredos
da lei caótica das metamorfoses sasonais
do magma ígneo, em fervilhante ebulição,
no seu processo secular de translação.
Dos elementos básicos
-- da água, da terra e do ar,
atuação entrópica
eu quero aprisionar!
Quero, nas asas da imaginação,
sobrevoar os mundos inexplorados
da apocalíptica visão.
Quero, montado num cavalo branco ou baio,
viajar pelas galáxias do universo
extenuante em extinção.
Quero cantar
do universal esotérico canto
a sonolenta melodia da solidão!
01/24/2009
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