domingo, 29 de março de 2009

Dumka 2

Taras H. Shchevchenko
1838 St. Petersburg

Tradução de Mykola Szoma
Shchoma Mykola Opanasovych)

Vento bravo, vento indomável!
Tu sempre parolas com os mares.
Acorda as ondas suas, levanta as vagas!
A seguir, com eles, realize uma peleja.
Indague as águas revoltas.
--- Elas sabem do meu amado.
O mar sabe tudo...

Foram elas que o levaram
para as longes plagas de terras distantes.
--- Onde o deixaram?
Em que parte das areias o abandonaram?

Se afogaram nas águas profundas,
então quebre as suas ondas;
que eu irei buscar os seus restos
no afogar dos meus infortúnios...
Tornarei-me uma sereia,
mergulhando nas águas escuras
do fundo dos mares.
Se ali encontrá-lo
--- juntarei, ao peito meu, seu peito;
depois, desfaleço.
Então, as ondas me carreguem
para onde elas queiram.
O destino, que os ventos decidam!

Se o amado, do outro lado, estiver pousado,
sabes tu --- ó, vento bravio!
Que caminhos ele trilha,
o que faz --- e, quais os seus passos...
Sabes tu, por certo: com ele conversas.
Se ele chora, também choro
--- o coração me avisa;
se ele canta, também canto.

Mas, se ele já está morto,
morrerei com ele.
Que a minh'alma se traslade
bem juntinho à dele.
Que a rosa-de-gueldres
o seu sono tanquilo meneie.

Mais tranquilo, em campo estranho,
repousará o órfão --- Seu amor,
ao lado dele, como flor vermelha,
cuidará pra sempre
--- dos raios do sol,
a sua delicada pele.
Para que não se profane
a terra-lájea da sua tumba...
Ao cair das noites,
quedarei triste meus ramos;
chorarei, pelas manhãs,
gotas de orvalho ---
para que o sol as seque
e, depois, ninguém as veja.

Vento bravo, vento indomável!
Tu sempre parolas com os mares.
Acorda as ondas suas, levanta as vagas!
A seguir, com eles, realize uma peleja.
Confabule com as revoltosas águas.

03/29/2009

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