1.
Quando acordamos, percebemos
que tinha sido apenas um sonho!
O cativeiro nosso continua ainda
-- ainda somos prisioneiros de si.
Não temos o que queremos,
porque queremos o que nós
não sabemos o que querer!
Ou, queremos o não poder!
2.
Haveria, porventura, numa ternura
de coração macio, um lapso ígni-,
que abrigasse algumas chamas --
aquelas que aquecessem a corá?
Fome não passaria, teria o maná!
Do sul saimos -- chegamos até lá.
Ganhamos nada... Por que será?..
O cativeiro nosso ainda é, ou está!
Não temos o que queremos,
porque queremos o que nós
não sabemos o que querer!
Ou, queremos o não poder!
3.
E se a guarda não for vigilante, a
segurança pouco eficiente será...
O pão de centeio será diluido. ---
Por entre os dedos, todo fluirá!..
Será a cidade dos mortos. Será
apenas um sonho que se findou.
Madrugadas geladas farão dias;
os viventes, vazias aljavas verão.
Quando acordamos, percebemos
que tinha sido apenas um sonho!
O cativeiro nosso continua ainda
-- ainda somos prisioneiros de si.
4.
Quando acordamos, percebemos!
Percebemos apenas: o que houve,
já se foi e, nunca mais retornará!..
-- Somos cativos de nós mesmos.
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