quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Tia Mria

Era uma vez uma "tia"
era chamada assim, porque
dizia ter o saber de toda a freguesia.
A todos conhecia, conselhos dava e
não blefava.. -- Quem a conhecesse,
tranquilo não dormiria. De tudo
ela -- a "tia" saberia.
Era assim a sua inusitada sabedoria.

Era isso que, a seu respeito,
ela pensava e dizia. E dizia
para toda a sua freguesia
-- de aconselhados, entre fronteiras,
de sua suserania.
O pior de tudo é que
acreditava naquilo que afirmava.

E dominava... Porém, não faturava,
porque somente o bolso dela é que
se esvasiava. Alegre, ela sorria...
Depois, só na lembrança se lamentava.
Mas, não chorava. Dizia ser forte.
-- A "tia" suportava e não chorava.

Alguns passadistas sentem
dos tempos juvenis dela
uma verdadeita nostalgia.
A freguesia, ao redor dela, só progredia
e só ganhava. Ela crescia, porque
achava que semeava. Resumindo,
todo aquele que a conhecia,
em seu próprio bolso, algo amealhava...
A "tia" sentindo-se gratificada, suspirava!

Carnês plantava
e sustentava grandes negócios de fé.
Alianças de plástico até comprava --
Elas abriam as portas do paraiso
para quem nelas depositasse
quantias substantivas nos portos de areia;
e, dos construtores de gigantescas balsas,
para as armadouras dos navegantes sem fé.

Assim caminhava e caminha a humanidade.
Baseando-se na credibilidade dos outros,
pode-se provar que os ventos não sopram e
que as chuvas não chovem. Apenas tomar
a posse, do possuido pelos outros; depois,
só arrastar o pé. Para alguém dizer:
"é, não tem fé...". Um outro, vai sugerir:
"um bom carnê resolve tudo, mesmo sem fé".

12/16/2009

Nenhum comentário: