terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

As violas seresteiras

Serenos ânimos dos seresteiros,
na madrugada fugidia e calma,
das noites pálidas da primavera
ferem as cordas da viola cantadeira.
Aos bordões tangendo serenatas
ferem os corações das mulatas;
solicitando-as deixar-se encantar
pelos acordes sonoro-pungentes
da marota viola feiticeira.

O pungir das violas se propaga
pelos espaços verdes dos sertões.
Vence o tempo, voando sobre as matas,
o som das violas, chorando serenatas,
atinge em cheio o meu viver!
Ele machuca-me -- rasga-me o peito...
Viola danada! Porque a mim judias?
Porque recordas-me o passado,
relembrando o cantar das cotovias?

Já, no clarão das noites enluaradas,
nas madrugadas fugidias e serenas,
ao som plangente dos cantos seresteiros,
lá vai mulata -- encantadora e sorrateira
das violas o canto acompanhar.
Todinha a viola estremece. E geme...
O seu gemido enlanguidece...
Aos poucos vai ao longe se perdendo
no olhar felino da mulata traiçoeira!

02/17/2009

Nenhum comentário: