Roto o meu ser pacato,
amorfanhado pela vivência,
contradiz-se e se esboroa
pelos caminhos da existência.
Não tão leve como dizem
estes versos, de permeio.
Sofre mágoas incontidas
o ser meu quebrado...
-- Eu baqueio!
Não suporto mais as dores
da ocre andância atroz
pelas veredas estreitas
das permissíveis verdades
do nosso mundo veloz!
São tantas normas e tantos deveres
que os direitos quase não há...
Os poucos que nos são dados
são, logo após, açambracados
pelos decretos -- ditos secretos
-- os promotores dos seus valores.
Não se os conhece.
Ninguém os vê.
-- Será que há?
Assim se vive,
minguado aos poucos,
vivendo a sorte de um deus-dará.
São tantas normas e tantos deveres
que, ao final da caminhada,
inda se os vê inscritos
na lájea lapidada.
Não há, pois, como não estar roto.
-- Como escapar do cativeiro
imposto a nós por nossos idos?
Como criar um mundo novo:
menos injusto,
com menos normas,
com mais direitos?..
Um mundo mundo
menos imundo.
Um mundo nosso, queremos nós!
Um mundo vero.
Qu' não nos maltrate,
qu' não nos oprima...
Que nos redima do cativeiro de incertezas
-- do atol dos nossos avós.
Roto o meu ser pacato,
amorfanhado pela vivência ,
contradiz-se e se esboroa
pelos caminhos da existência!
02/15/2009
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