Havia quatro gatos pingados
mais quatro gatos tra-la-lá.
Resolveram fundar um reino
daqueles que só haveria lá.
Convidaram até um sapo ---
era amigo de um dos gatos,
dizia ser entendido em tais
assuntos de criação. E era.
Só que faltava-lhes a idéia:
não convidaram a perereca
que era a mãe deste sapo.
Daí, a encrenca. Confusão!
A perereca traria consigo
um tal de sabido falcão ---
era guarda dos campos da
esplanada do reino, então.
Como a escritura da terra --
a base do centro do reino,
não se dispunha em mãos
-- os gatos rugiram: Miau!..
Não é que deu certo! Perto
daquelas paragens, surgiu
-- e não era miragem, leão
de topete e tudo. Barbudo!
Resolvido o problema vital,
instalou-se o trono normal:
assentou-se o juiz, o seu
escrivão e a bela mediatriz.
O veredito do reinol edito
ainda não se fizera valer,
quando um eco distante
--- de uma gata errante,
fez-se, pelo reino, ouvir:
"Do preâmbulo da lei maior,
deste reino inusitado, faço
--- espero seja decretado,
o texto ora vos apresentado."
E recitou, o seu poema, a
gata angorá, a conhecida
Nélia dos Santos Szoma:
"O rugir dos mares e,
o ruido das ondas;
Os ribeiros de Deus
aplanam as leivas...
Os chuviscos destilam
as pastagens do doserto.
Os campos e os vales
se vestem de alegria e,
cantam com júbilo
as glórias ao Senhor!"
Assim nascia um estado.
Feliz, alegre e animado...
De brincadeira, é verdade;
mas a vida será verdade?
Dizemos sim. Ingenuidade!
04/14/2009
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