O hino da Internacional foi escrito por um anarquista.
A letra, do francês Eugène Edine Pottier
(4 out. 1816 - 6 nov. 1887, Paris), datada de 1871,
expressa as idéias dos socialistas,
dos comunistas e dos anarquistas.
Tradução (da versão russa) de Mykola Szoma
1.
Levanta, pela maldição marcado,
o famélico e oprimido povo!
A nossa mente -- cratera abrasada,
com torrentes de lava inundará o mundo.
Rompendo os grilhões do passado,
os servos se erguerão, depois
o mundo será mudado nas suas bases:
Agora nada -- depois, seremos tudo!
É tempo de batalha
unamo-nos para o combate.
Na Internacional
fundir-se-á o gênero humano!
2.
Ninguém dará nos o livramento:
nem deus, nem tsar e nem herói.
Conquistaremos a liberdade
com a nossa própria mão.
Para que o ladrão nos restitua, o que levou,
para que a sombra da cadeia se desfaça,
forjaremos o ferro com o fogo
enquanto o metal está ainda em brasa.
3.
O Estado -- a opressão, a lei apenas uma máscara,
tributos sufocam de modo insuportável.
Ninguém aos ricos prescreve algo,
e os direitos aos pobres não se econtram.
Já basta aos direitos do Estado,
que se ouça o direito da Igualdade:
De hoje em diante, apenas há o direito nosso,
entre os iguais não há pois leis!
4.
Chegaram os aproveitantes ao limite
monarccas do carvão, dos trilhos e do minério.
Os seus negócios asquerosos --
apenas são os de roubar e oprimir o Trabalho.
Nós criamos os capitais todos,
que nos cofres dos canalhas se encontram.
Avante! Agora chegou o tempo
de reaver o que é nosso de volta!
5.
Basta embebedar-nos com estupefacientes!
Adeus, adestramento militar!
Aos povos -- paz, guerra -- aos tiranos!
Declaração de greve, soldado, é hora.
Quando os canibais nos ordenarem
heroicamente sacrificarmo-nos --
então aos nossos generais
que as nossas balas sejam orientadas!
6.
Trabalhadores, camponeses, sejamos
um grande exército do Trabalho.
A Terra foi dada para a felicidade dos povos,
espantemos os zangões para sempre!
Embebidos de sangue até a fartura,
o abutre bebum e o corvo engordaram.
Conseguiremos que ambos se extingam
e o mundo de novo a luz do sol veja!
Alguns apontamentos históricos:
O anarquista francês Eugène Edine Pottier, membro da
Primeira Internacional e da Comuna de Paris. A letra foi
escrita durante o desbaratemnto da Comuna de Paris
(1871). No início cantava-se com a música da Marselhesa
(La Marseillaise). A nova melodia da "Internacional" foi
escrita em 1888 por Pierre Degeyter (operário francês,
trabalhava como torneiro mecânico numa metalúrgica;
nas horas de folga, dedicava-se à música). A primeira
execução com a nova melodia deu-se a 23 de junho de
1888. Em 1910, no Congresso Internacional Socialista,
em Copenhague, o texto de Pottier com a música de
Degeyter, foi adotado como o hino oficial da Internacional
Socialista mundial.
Em 1902, o texto foi traduzido para o ruso por Arkadiy
Yakovlevich Kots (1872 -1943). Tornou-se o hino do
Partido Revolucionário Social Democrático que, a partir
de 1918, passou a ser o hino oficial do Estado Soviético
da Rússia, depois como o hino da URSS.
Tendo a URSS adotado um novo hino em 1944, o texto
de Pottier ("Internacional", versão russa) passou a ser
como hino oficial do "partido dos bolsheviques" que era
o Partido Comunista da União Soviética. Hoje (2009)
o hino é o hino oficial do Partido Comunista da
Federação Russa. Há um estudo de adaptar a letra
às condições atuais, para que a "Internacional"
corresponda às necessidades e tarefas do homem
do século XXI.
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